Mulher vítima de feminicídio no Jacarecanga foi morta por asfixia, conclui perícia

Vìtima foi agredida pelo então companheiro e antes de morrer teve braços, pernas e pescoço quebrados; laudo nega que mulher estava grávida

11:34 | Mai. 18, 2024

Por: Cotidiano O POVO
Imagem de apoio ilustrativo. Suspeito foi preso pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) em um imóvel em Umari, no interior do Estado (foto: Divulgação/SSPDS)

Um laudo da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), concluiu que a jovem Ingrid Sousa Felício, 24, encontrada morta durante o último dia 6 de maio, em Fortaleza, foi assassinada por asfixia. Na ocasião, a vítima foi achada com sinais de tortura embaixo da cama, dentro da própria residência no bairro Jacarecanga.

O documento foi concluído na última quinta-feira, 16, e remetido para a Polícia Civil ainda na mesma data. Segundo o laudo, Ingrid foi morta por “constrição cervical”, que consiste na compressão circular do pescoço, impedindo a passagem de ar.

Após o crime, a família da jovem foi informada por um dos peritos dirigidos até a residência onde ela foi encontrada, de que Ingrid estaria grávida de três semanas. A informação, no entanto, foi negada no laudo cadavérico da Pefoce.

Ao O POVO, familiares da jovem contaram como receberam a negativa da gravidez de Ingrid. Antes de morrer, a jovem havia contado aos familiares que estava com suspeita de gravidez, fato que foi atestado em primeiro momento e negado clinicamente.

"É difícil sabe? Saiu em todos os jornais que ela estava grávida e depois disso sabemos que não estava. Ela tinha falado da suspeita de gravidez mas não sabia se era certeza", disse a fonte.

Vitima era suprimida em relacionamento, dizem familiares

Além da asfixia, a jovem também apresentava marcas de agressão no corpo, com lesões no braço, pernas e pescoço. Segundo familiares contaram ainda na época do assassinato, a atendente de lanchonete mantinha uma relação conturbada com o então namorado e agora suspeito do crime.

Os parentes, que optaram por não se identificar, afirmaram que a vítima era proibida pelo namorado de conversar com as pessoas, usar roupas curtas e até dançar. No dia anterior ao feminicídio, ela teria relatado a entes próximos o desejo de encerrar o relacionamento.

Apontado como responsável pela morte, o namorado de Ingrid foi preso pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), no último domingo, 12, já fora do território cearense. A captura ocorreu no município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana de Recife, em Pernambuco.

O homem possuía um mandado de prisão preventiva em aberto pelo assassinato de Ingrid e foi colocado à disposição da justiça logo após a prisão.

Os nomes dos suspeitos presos em ações das forças de segurança do Ceará deixaram de ser divulgados desde o dia 5 de fevereiro de 2024. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou atender à orientação da sua assessoria jurídica para adequar-se à Lei de Abuso de Autoridade (Lei Nº 13.869/2019).