Saiba o que disse PM que foi cercado e trocou tiros com criminosos na Paupina

Na ação, uma moradora e um suspeito morreram. Três homens foram presos, suspeitos tanto pela morte da senhora, quanto pela tentativa de homicídio contra o coronel

O tenente-coronel da Polícia Militar que trocou tiros com criminosos na tarde dessa quinta-feira, 16, no bairro Paupina, em Fortaleza, relatou à Polícia Civil os momentos de terror que viveu após se ver sozinho, cercado por pessoas que tentavam matá-lo.

No confronto, uma mulher de 64 anos, identificada como Maria do Socorro Martins de Oliveira, morreu após ser baleada no pescoço e nas costas. O oficial conseguiu balear um dos homens que o atacaram e um outro suspeito morreu em intervenção policial durante buscas realizadas pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

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Em seu depoimento à Polícia Civil, ao qual O POVO teve acesso, o oficial, que terá a identidade preservada, relatou que foi até o residencial José de Alencar buscar um remédio para o filho. No local, morava um farmacêutico que realizava a venda do medicamento por um preço abaixo do mercado.

O coronel contou que costumava pedir o remédio através de um aplicativo de entregas, mas, nessa quinta, o motorista contratado desapareceu com o medicamento. Por isso, ele foi, pessoalmente, em seu carro, na casa do farmacêutico.

O PM disse que, ao entrar na rua do residencial, por volta das 16 horas, avistou dois homens fazendo sinal para que ele baixasse os vidros do veículo. O PM assim o fez e estacionou o carro na entrada do condomínio.

Em seguida, enquanto pedia informações sobre o apartamento onde morava o farmacêutico, o coronel disse ter percebido que um homem que estava na entrada do condomínio passou a mexer no celular em “atitude suspeita”. Ele também suspeitou de dois outros homens que estavam do outro lado da rua.

Temendo por sua segurança, o policial disse ter entrado no carro, de onde viu, pelo retrovisor, três homens armados caminhando em sua direção. Com isso, ele guiou o carro para dobrar na primeira rua à esquerda, “pois se retornasse pelo mesmo caminho (que veio) iria dar de frente com os suspeitos”.

Ao fazer a curva à esquerda, o coronel conta ter sentido que uma pedra, vinda do residencial Monteiro Lobato, atingiu o porta-malas do veículo. E que, quando entrou na rua G, ele percebeu que a rua não tinha saída. Dessa forma, entrou com o carro no condomínio Raquel de Queiroz e, no último bloco, desembarcou do veículo e ingressou em um dos apartamentos.

Dentro da residência, estavam uma mulher e três crianças. A família se trancou dentro de um quarto e o coronel passou a pedir apoio através do celular. Ele também fez uma barricada, colocando cadeiras e uma mesa na frente da porta do apartamento.

Ajoelhado atrás de uma parede entre a sala e o corredor que dá acesso aos quartos, ele se posicionou atento para uma possível troca de tiros. Da janela do apartamento, o PM conseguiu ver cinco homens armados aproximando-se do bloco onde ele estava.

O coronel disse que conseguiu ouvir quando os homens bateram na porta de um apartamento vizinho ao que estava. Eles disseram à Maria do Socorro: “quem tá aí?”, “abra a porta” e “tem alguém com a senhora?”. A mulher respondeu que estava sozinha, no que os homens responderam: “pois abra a porta”. Em seguida, o oficial disse ter escutado barulhos de disparos de arma de fogo.

Logo em seguida, o grupo bateu na porta do apartamento onde o coronel se refugiava. O oficial disse que começou a gritar que era policial e que o local estava cercado. Os homens responderam: "tu vai morrer, seu arrombado" e começaram a chutar a porta.

Eles conseguiram abrir a porta até a metade, momento em que o PM disse ter visto dois homens apontando pistolas. Foi, então, que o coronel passou a disparar contra os criminosos, que, dessa forma, recuaram.

“Que o declarante se achou em segurança somente quando dois policiais civis e dois policiais militares chegaram ao local e se identificaram”, consta no depoimento dele.

Suspeitos têm prisão preventiva decretada

Conforme a Polícia Militar, um dos suspeitos de tentar matar o coronel foi baleado. Ele foi identificado como Emerson da Silva Chaves, de 20 anos. O oficial reconheceu Emerson como o homem com quem se deparou na entrada no residencial.

Além de Emerson, que foi encaminhado ao Instituto Dr. José Frota (IJF), dois suspeitos foram localizados após fugirem em direção a um matagal, já no bairro Santa Maria.

Eles foram identificados como: Paulo Cesar Ferreira da Silva Filho, 19 anos, e Pedro Lucas Lima, 19 anos. Os dois usaram do direito constitucional de permanecerem calados durante seus depoimentos à Polícia Civil. Já Emerson não pode falar por estar hospitalizado.

O trio teve prisão preventiva decretada em audiência de custódia realizada nesta sexta-feira, 17. Durante as buscas pelos criminosos, um quarto suspeito foi morto em intervenção policial. Este homem não foi identificado. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) continua em diligência para apurar mais circunstâncias do caso.

Durante a operação realizada no residencial, a PM apreendeu uma pistola calibre 9mm, uma pistola calibre .40, 93 munições calibre 9mm, 65 munições calibre .40, 40 munições calibre .45, 35 munições calibre .22, 20 munições calibre .380, cinco munições calibre .38, três munições calibre .12, três carregadores de pistola calibre .40, dois carregadores calibre 9mm, um carregador de arma de fogo adaptado, vários sacos plásticos para armazenamento de drogas, 740 gramas de cocaína, 100 gramas de crack, dois smartphones e um detector de sinal GPS.

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