Três meses depois, veja o que se sabe sobre execução de PM no Carlito Pamplona
Ao menos três suspeitos de envolvimento no crime foram presos, mas mandante continua em liberdade. Inquérito foi concluído, informa a Polícia CivilA execução do soldado Bruno Lopes Marques, de 27 anos, completa três meses neste domingo, 12. O militar foi morto enquanto estava de folga em um bar do bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza, no dia 12 de fevereiro. O caso tramita em segredo de justiça e, por isso, poucas informações foram divulgadas sobre as diligências em torno do crime.
Em nota, a Polícia Civil informou que a 11ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) concluiu e remeteu à Justiça o inquérito referente à morte do soldado.
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“Destaca-se que algumas pessoas foram indiciadas e que houve denúncia do Ministério Público, porém, o processo está tramitando sob segredo de justiça por força de determinação judicial”, diz a nota.
O número total de indiciados e presos não foi divulgado pela Polícia, mas, ainda em 18 de fevereiro, a captura de dois suspeitos de envolvimento no crime foi noticiada pelas forças de segurança.
Eles foram identificados como Elielton de Sousa Marques e Francisco Aureliano Xavier de Oliveira. As suas supostas participações no crime, porém, também não foram tornadas públicas. Em 12 de abril, a prisão de Elielton foi substituída por medidas cautelares e ele foi posto em liberdade.
Outro homem preso ainda em fevereiro pelo crime foi Francisco Ederson Araújo de Souza. O POVO apurou que Carlos Mateus da Silva Alencar, o “Fiel” ou "Skidum”, de 29 anos, foi apontado como mandante do assassinato e um mandado de prisão foi expedido contra ele.
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Carlos Mateus, porém, segue foragido. Ele é apontado como a principal liderança da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no Grande Pirambu. Há anos, Skidum está escondido no Rio de Janeiro (RJ), mas, mesmo assim, tem sido acusado de ordenar assassinatos em Fortaleza. Contra Carlos Mateus, constam, pelo menos, 15 mandados de prisão em aberto.
O POVO apurou à época do crime que o assassinato foi uma retaliação dos faccionados do CV à morte de Fábio de Almeida Maia, conhecido como “Biu” ou “Tartaruga”. Ele, que era apontado como o “02” da facção no Pirambu, foi morto em uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro no dia 31 de janeiro deste ano.
Após a morte de Fábio, criminosos ameaçaram comerciantes para que fechassem as portas em luto. Serviços públicos também não operaram na região em 1º de fevereiro.
Um grupo de PMs também teria buscado vingar-se dos faccionados pela morte de Bruno, como mostrou O POVO em reportagem no dia 10 de março.
Conforme a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD), seis policiais são suspeitos de dois assassinatos ocorridos nos bairros Carlito Pamplona e Cristo Redentor no dia 15 de fevereiro. As vítimas foram, respectivamente, Arhur dos Santos Rodrigues e Márcio Wallace de Sousa Matos.
Ainda de acordo com a CGD, os mesmos PMs ainda teriam ido à comunidade da Areia Grossa, no Pirambu, em 17 de fevereiro, para assassinar integrantes do CV. Na ocasião, porém, os faccionados se anteciparam e os seis militares foram baleados.
Eles foram afastados pela CGD, sendo que um deles, o cabo Igo Jefferson Silva de Sousa, teve a prisão preventiva decretada nos autos de um processo no qual ele já era réu.
Igo Jefferson, entretanto, conseguiu liberdade provisória, pois foi baleado no maxilar e a Justiça reconheceu que ele precisa de cuidados médicos que não estavam disponíveis no presídio militar.
Alguns desses PMs também são investigados por fazer parte de um grupo criminoso que pratica extorsões a comerciantes e traficantes, além de assassinatos.
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