Famílias de Fortaleza celebram o Dia das Mães com piqueniques e em restaurantes
Para as famílias, a data destaca importância da união. Famílias desfrutaram do início da manhã ao ar livre, enquanto outras lotaram os restaurantes na hora do almoçoAs ruas de Fortaleza neste domingo, 12, registraram fluxo intenso de veículos e pedestres seguindo em direção aos polos gastronômicos e a locais de lazer, como o Parque do Cocó. Isso porque, para as comemorações do Dia das Mães, muitas famílias fugiram da tradição de realizar celebrações na casa de parentes. “Não queríamos cozinhar” esteve entre as justificativas dadas pelos filhos, que buscaram a criatividade para agradar suas mães.
A chuva no início da manhã, que deixou a grama e a terra úmida, não impediu que famílias se reunissem em piqueniques debaixo da sombra das árvores no Parque do Cocó. Com tecidos estirados no chão, as famílias compartilhavam alimentos trazidos em cestas e também se dividiam em brincadeiras com os pequenos.
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Neste domingo, quem chegava à Área Adahil Barreto do Parque logo avistava uma movimentação diferente. Embaixo de uma tenda, um bufê de café da manhã estava exposto e profissionais realizavam procedimentos de massagens relaxantes.
Mais ao lado, toalhas de piquenique dispostas no chão e mais uma mesa temática para a data com doces estava montada à frente. A ação, contudo, não era algo organizado pela administração do espaço, mas parte da festa de uma única - e grande - família.
Com mais de 20 pessoas, a reunião familiar foi organizada pelo administrador Carlos Alberto de Sousa Junior, 37. Ele explica que a família costuma se reunir sempre no Dia das Mães, mas que dessa vez a comemoração foi diferente.
“Todo mundo é vizinho, então todo evento que a gente faz é uma festa, onde todos se reúnem no quintal de casa. Mas hoje a gente se organizou para um café da manhã ao ar livre”, explica Junior. “A gente achou parte dos serviços de alimentação pela internet e o pessoal da massagem trabalha comigo”.
Ele explica que o grupo não é formado apenas de uma família, mas também estavam presentes as famílias de genros e noras. Cada um em sua própria toalha no chão, totalizando sete núcleos familiares.
A festa foi dedicada às sete mulheres da família que são mães. Contudo, em todo momento a memória da matriarca da família foi homenageada: dona Maria Pedrina Oliveira Lima, que faleceu há um ano.
Claudiana Alves de Sousa, 43, é mãe de Júnior. Para ela, a data simboliza a união familiar. “Está sendo uma experiência muito gostosa, não apenas por estarmos todos juntos, mas porque estamos cercados pela natureza, num ambiente lindo e agradável”, diz a mãe.
Também aproveitando o dia no Parque estava Rumana Duarte, de 65 anos, acompanhada por suas duas filhas, Fernanda, de 34 anos, e Juliana, de 46, além do neto Lucas, de oito anos, e o cachorrinho da família.
“Meu irmão, que mora em Recife, todo ano costuma mandar uma cesta de café da manhã e sempre a gente come em casa. Mas este ano a gente aproveitou a cesta para vir aqui no Parque fazer um piquenique” conta Juliana.
Com o sorriso de orelha a orelha, Rumana conta que adorou a ideia das filhas de vir ao Parque. Para ela, ser mãe é um presente. “Eu acho que o dia das mães é todo dia, mãe é tudo!”, pontua.
Além da comemoração pela data, o momento também foi simbólico para a família por outro motivo: esse é o primeiro Dia das Mães de Juliana, que é mãe do pequeno Lucas, após receber a notícia de estar curada de um câncer de mama.
“Eu descobri o câncer no ano passado e foram sete meses de tratamento. Minha última quimioterapia foi dia 15 de abril. É uma comemoração após muita luta. Esse é o primeiro [Dias das Mães] de muitos que vão vir!”, disse a filha e mãe, emocionada.
O local ainda foi animado pelo show do palhaço Chumbinho (@palhaco.chumbinho). O artista cantou, fez brincadeiras e contação de histórias para as muitas crianças que estavam no espaço.
Restaurantes movimentados para o almoço das mães
Muitos ainda preferiram acordar um pouco mais tarde e comemorar com um almoço em restaurantes. No Polo Gastronômico da Varjota, por volta do meio-dia, estabelecimentos comerciais já estavam com lotação máxima e mais pessoas chegavam nas redondezas em veículos ou a pé. O clima de alegria era o mesmo em estabelecimentos mais simples ou em restaurantes sofisticados.
No Carneiro do Ordones, estava a família de Osmarina Brandão, 65, mãe e avó, acompanhada do esposo, das duas filhas, genros e netos. “Só em estar em família já não tem coisa melhor. Aliás, ser mãe, ser avó, não tem coisa melhor na Terra”, disse.
Essa é a primeira vez que o grupo vai ao restaurante na data. “Mas todos os anos nos programamos para irmos a algum restaurante. Como sabemos que vão estar lotados, chegamos cedo para garantir uma mesa”, explicou a filha Morena Brandão.
Não muito longe, o restaurante Picanha do Augusto estava igualmente lotado. Uma das mesas era a da família de Florise Silva Santos, de 89 anos. Ela contou que nunca foi mãe, mas vê na sobrinha, Giovana, uma filha. Ao lado dela, do marido e do genro, Florise se diz realizada.
“Eu fui solteira até os 50 anos. Quando Giovana nasceu, peguei ela para criar e foi assim a vida toda. Nós somos do Piauí e, depois, todos nós viemos para Fortaleza por causa do trabalho. Ela morou muitos anos conosco, até ela se casar. Mas continuamos muito unidas”, disse Florise.
Para ela, comemorar o Dia das Mães ao lado da filha e sobrinha é muito especial. “É a melhor coisa que pode acontecer na vida: a pessoa considerar o filho, e o filho também considerá-la, mesmo que não seja minha filha biológica”, conta a mãe.