Trabalhadores do Hospital Walter Cantídio e da Maternidade Escola da UFC deflagram greve

Demandas dos servidores incluem melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Serviços nas duas unidades de saúde ocorrem de forma reduzida

Os servidores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsáveis pela administração do Hospital Universitário Walter Cantídio e da Maternidade Escola Assis Chateaubriand, da Universidade Federal do Ceará (UFC), deflagraram greve na manhã dessa segunda-feira, 6. 

A greve foi aprovada em Fortaleza por tempo indeterminado, seguindo a deliberação da categoria em todo o País. Dentre as reivindicações dos trabalhadores, estão valorização dos profissionais, reestruturação das carreiras e reajuste salarial.

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De acordo com o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público no Estado do Ceará (Sintsef-CE) Roberto Luque, as demandas também incluem a melhoria das condições de trabalho, principalmente em relação à infraestrutura e segurança do Complexo Hospitalar. 

“O hospital precisa de uma reforma interna para dar as condições. A outra questão é a segurança. É um bairro perigoso. Os empregados e empregadas que trabalham de turma, ao saírem à noite ou chegarem, já tiveram vários casos de, no próprio estacionamento do Complexo Hospitalar da UFC, serem atacados. Então, precisa melhorar a segurança”, destacou.

Com a paralisação, os serviços oferecidos pelas unidades de saúde serão afetados. Ainda segundo o Sintsef, os atendimentos dos médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, psicólogos e funcionários do setor administrativo será mantido, porém de forma reduzida.

“É feita uma escala de greve. Em média, 50% fazem greve e 50% trabalham. Dependendo do setor, setores mais essenciais, como centro cirúrgico, emergência, dentre outros, no máximo 30% fazem greve. Já nos setores administrativos, é o contrário, 30% trabalham e 70% fazem greve. Ao todo, dá uma média de 50%, mas levando sempre em consideração as peculiaridades e a situação de cada setor para não prejudicar aquelas atividades essenciais”, explicou o coordenador-geral. 

Negociações

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) apresentou, durante uma reunião com a categoria, um reajuste mínimo de 2,15%. Porém, os trabalhadores pedem 14,7%, além do aumento de benefícios, como o auxílio alimentação.

Na tarde de segunda-feira, 6, o Tribunal Superior do Trabalho convocou uma reunião entre os representantes da categoria, a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), a Empresa e o Governo Federal.

O Sindicato informou que, durante o encontro, foram apresentadas propostas, como o aumento de 3,09% sobre salários e alguns benefícios, 20,58% no auxílio alimentação e manutenção de cláusulas sociais, já negociadas entre as partes envolvidas.

Porém, em assembleia da categoria nessa terça, a proposta foi discutida e rejeitada pelos servidores, que decidiram, em unanimidade, pela continuidade da greve.

Os trabalhadores também aprovaram uma contraproposta que foi apresentada em uma segunda reunião com a Ebserh na tarde dessa quarta-feira, 8. 

“Em Fortaleza e em todo o País, foram dezenas de assembleias para definir o rumo da greve. Por unanimidade, foi decidida a continuidade da greve e aprovar uma contraproposta que será apresentada no Tribunal Superior do Trabalho em uma segunda audiência de conciliação para tentar ver se a Empresa aceita essa contraproposta aprovada pelos empregados e empregadas da Ebserh em todo o País”, informou Roberto Luque. 

Durante a reunião, uma nova proposta foi apresentada pela Ebserh à categoria. Procurada pelo O POVO, a empresa informou que "apresentou um significativo aperfeiçoamento na proposta econômica, condicionado à assinatura do ACT e à suspensão da greve". Assinatura estava marcada para acontecer ainda hoje. 

Entre os avanços propostos estão: "Aumento do auxílio-alimentação para R$ 800,00 de imediato e para R$ 1.000,00 em março de 2025, o que significa um aumento total de 51,49%, ampliação do auxílio-creche em 126,63%, saindo de R$ 213,96 para R$ 484,90 e a concessão de um reajuste de 5,52% para o auxílio-saúde, equivalente ao INPC Saúde, passando de R$ 180,68 para R$ 190,65". 

"As novas cláusulas são resultado de tratativas da Ebserh com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), seguindo compromisso da estatal de manter o diálogo aberto com os empregados", destacou empresa em nota. 

Roberto Luque informou ao O POVO que a proposta foi discutida em assembleias pelo País na manhã desta quinta-feira, 9.

O coordenador-geral apontou que alguns estados teriam aceitado, porém outros rejeitaram — incluindo grande parte dos trabalhadores do Ceará — e votaram pela continuidade da paralisação. Apesar disso, ele também destacou que a categoria aguarda o resultado em nível nacional, decisão que prevalecerá entre os servidores.  

Confira nota da Ebserh na íntegra:

"Após assembleias realizadas nos estados ao longo do dia de hoje, os empregados da Ebserh aceitaram a última proposta econômica apresentada pela estatal durante audiência de mediação e conciliação realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ocorrida ontem (08/05). A Ebserh apresentou um significativo aperfeiçoamento na proposta econômica, condicionado à assinatura do ACT e à suspensão da greve. Seguem os avanços:

- Aumentar o auxílio-alimentação para R$ 800,00 de imediato e para R$ 1.000,00 em março de 2025, o que significa um aumento total de 51,49%
- Ampliar o auxílio-creche em 126,63%, saindo de R$ 213,96 para R$ 484,90
- Conceder reajuste de 5,52% para o auxílio-saúde, equivalente ao INPC Saúde, passando de R$ 180,68 para R$ 190,65
- Manutenção dos 38 itens sociais já aceitos

As novas cláusulas são resultado de tratativas da Ebserh com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), seguindo compromisso da estatal de manter o diálogo aberto com os empregados.

A assinatura do ACT deve ocorrer na tarde de hoje (09/05), em nova audiência no TST".

Atualizada às 18 horas

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