Menina de 14 anos encontrada morta na Aguanambi: investigação chega ao fim sem acusados

Um homem chegou a ser preso, mas, conforme o MPCE, não há provas suficientes contra ele. Jovem teria sido morta por morar em área de facção e ir para território com atuação de outra

Chegou ao fim a investigação do caso da menina de 14 anos encontrada morta na avenida Aguanambi, em Fortaleza, no último dia 6 de novembro. Nenhum suspeito de matar Amanda dos Santos de Oliveira foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPCE).

Nessa quinta-feira, 2, o órgão ministerial requereu o arquivamento do inquérito. A Polícia Civil chegou a indiciar um suspeito do crime, que foi preso por força de mandado de prisão temporária, mas o MPCE entendeu não haver provas suficientes que o ligasse ao crime.

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A promotora Márcia Lopes Pereira requereu, porém, que o processo fosse redistribuído para uma das Varas Criminais da Capital para que o suspeito respondesse por receptação, já que, com ele, foi encontrado o celular da vítima.

Conforme a investigação da 5ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Amanda foi vista viva pela última vez no dia 4 de novembro de 2023. Ela havia saído de casa com algumas amigas, por volta das 15 horas, em direção à Praia de Iracema.

Amanda só viria a ser encontrada na manhã do dia 6 de novembro. Seu corpo estava em um saco plástico, em meio ao lixo, no bairro José Bonifácio. Ela tinha pés e pulsos amarrados. Laudo cadavérico apontou que a causa da morte da jovem foi asfixia por estrangulamento.

O DHPP constatou que a região onde a Amanda morava, Pajuçara (em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza) tinha atuação da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE). Por outro lado, nas proximidades de onde a adolescente havia ido com as amigas, agia a facção Comando Vermelho (CV), mais especificamente na comunidade conhecida como Baixa-Pau.

Conforme depoimento de uma testemunha, a vítima havia postado em uma rede social fotografias com três dedos em riste, gesto associado à GDE.

Outra testemunha chegou a afirmar que, após o sumiço da garota ser percebido, foram feitas ligações para o celular dela. Um homem atendeu, mas, logo depois, desligou. As chamadas feitas em seguida não foram mais atendidas.

A Polícia Civil identificou que o celular de Amanda estava sendo utilizado por um homem identificado como Rodrigo da Silva Sousa, conhecido como Catita. Ele foi preso em 7 de março.

Em seu depoimento, Rodrigo negou envolvimento com o crime, afirmando que apenas comprou o celular que era de Amanda por R$ 100. Um "viciado", não identificado, teria sido o vendedor, ele disse.

“Em que pese o esforço policial empreendido, das diligências realizadas até o momento não foi possível obter elementos de prova suficientemente seguros a justificar o oferecimento de denúncia”, afirmou em parecer a promotora Márcia Lopes Pereira.

A 3ª Vara do Júri ainda decidirá se arquiva ou não o caso. Se arquivado, a investigação pode ser reaberta caso surjam novas provas.

 

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Facções Criminosas

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