Procurador acusado de agredir entregadora em Fortaleza é afastado
Antônio Cerqueira não poderá ingressar na sede da Procuradoria nem manter contato com vítima e testemunhas. Ele teria tentado convocar os PMs que atenderam à ocorrênciaO procurador do Ministério Público Militar (MPM) acusado de agredir uma entregadora em um condomínio do bairro Meireles, em Fortaleza, no último dia 24 de março, foi afastado cautelarmente por 120 dias pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). A decisão foi tomada nesse domingo, 28.
O POVO apurou que o procurador Antônio Cerqueira também foi proibido pela Corregedoria Nacional do Ministério Público de ingressar na sede da Procuradoria de Justiça Militar, localizada no bairro Aeroporto. Ele ainda não poderá entrar em contato com a vítima e com testemunhas do caso.
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Além do caso em si, pesou contra Cerqueira relatos de que ele teria tentado convocar os policiais militares que atenderam à ocorrência para prestar depoimento na Procuradoria de Justiça Militar. A denúncia de agressão é apurada pela Polícia Civil e transcorre na Justiça Estadual.
Além disso, o procurador ainda teria encaminhado mensagem em um espaço composto por membros do Ministério Público Militar em que sugeria que o procedimento administrativo aberto contra ele teria sido induzido por um membro da Corregedoria com o qual ele teria desentendimentos.
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A decisão tomada pelo corregedor do CNMP deverá ser submetida a referendo do plenário do órgão. Como O POVO mostrou no último dia 27 de março, o procurador teria se irritado após a filha dele ter pedido uma entrega e haver dificuldades no pagamento.
A entregadora registrou boletim de ocorrência em que afirma que, quando ela passava um segundo cartão na maquineta, o procurador “ficou com ironia”. Isso fez com que ela dissesse que “se fosse para receber gritos, voltaria para o estabelecimento com o pedido”.
Após essa fala, Cerqueira teria se “alterado bastante” agredindo a entregadora e um outro profissional que também fazia entregas, colocando os dois para fora do condomínio. Em um vídeo feito por um entregador que também estava no local, é possível ver Cerqueira jogando a bolsa da entregadora no chão e gritando com ela.
Em nota, a qual O POVO reproduziu no dia 29 de março, o procurador negou as acusações, afirmando que sequer tocou na entregadora. Ele diz ter tido uma "certa impaciência" com ela, pois o problema poderia não ser dos cartões, mas sim da máquina que ela portava.
Ele afirmou que a entregadora disse: “Deixe de zuada porque caso contrário eu vou embora”. E, neste momento, ele teria dito que ela deveria retira-se do prédio. “Qual não foi minha surpresa quando a entregadora começou a filmar gritando por socorro, dizendo que meu cartão havia sido rejeitado, por uma compra de R$ 35 e que ela estava sendo humilhada”.