"Soube da morte dele pelas redes sociais", diz irmã de homem morto no IJF
Em entrevista ao O POVO News, Francisca Escóssio relembra como era a conviência com o irmão e qual serão os próximos passos para que seja feita justiça sobre o casoA irmã de Francisco Mizael Sousa da Silva, funcionário do IJF que foi morto e decapitado durante o expediente, afirma que descobriu sobre a morte do irmão por meio das redes sociais. Em entrevista ao programa O POVO News desta quarta-feira, 24, Francisca Escóssio falou sobre o caso e como a família está lidando diante do crime. Mizael foi enterrado na manhã da quarta-feira, 24, em Pacatuba.
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Francisca diz que recebeu as informações da morte por meio de postagens das redes sociais e que jamais imaginaria que seria um atentado contra o funcionário. Ligou para Mizael, mas não conseguiu resposta. Mizael deixou esposa gestante e filha de 7 anos.
"O acolhimento que o IJF diz nas notas é de que eles receberam meus familiares no momento até para que não fosse exposto na mídia. O acolhimento foi esse de resguardar ele, mas não ligaram pra família", disse a irmã.
“Eu acredito que se a gente não tivesse visto pelas redes ou pela ligação, eles organizariam de qual forma iriam contactar a gente para que a gente não fizesse essas perguntas, que a gente tem muitas e nenhuma resposta", complementa.
A investigação aponta que o crime teria ocorrido por ciúmes que o suspeito tinha das amizades que sua namorada tinha no trabalho. Os dois trabalhavam na unidade de saúde e, após a demissão de Aurélio, ele comentou com a namorada que “faria uma loucura” por ciúmes.
“A gente não tinha conhecimento dessa desavença ou desses ciúmes. Ele falava dos amigos, das brincadeiras que aconteciam lá dentro. Mas dessa questão dos ciúmes, foi até de surpresa quando a gente recebeu essa notícia”, relata Francisca Escóssio.
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Ainda em entrevista ao O POVO News, Francisca contou que Mizael era o braço direito dela e da mãe, que sempre ajudava as duas e os irmãos quando preciso.
"A esposa está devastada, não sabe o que fazer. Ela acha que não tem forças de continuar, que não vai conseguir suprir a falta dele e estamos aqui para apoiá-la. A gente não tem muito o que fazer, vamos buscar justiça. Se há justiça nesse País, a gente quer que ela seja exercida.”
Francisca comenta que a diretoria do hospital a ligou pela manhã, durante o enterro, querendo enviar uma coroa de flores, prestar essa última homenagem. Mas, segundo ela, "não apareceu ninguém, não foi nenhum representante da empresa ou do hospital. As pessoas que deram apoio pra gente foram os portais de comunicação, que estão em busca de informações da família, eles [diretores do hospital] não".
A família já possui um advogado e está acompanhando o caso juntamente com eles. Não se sabe ainda se vão processar a Prefeitura, a empresa ou o hospital. "A gente não quer que isso passe ileso. E não é só pela questão financeira, como eles acham que é, mas é sobre a questão da insegurança que acontece nos hospitais. É dessa forma que a gente consegue alguma coisa", afirmou.
"Se alguém precisasse de ajuda e isso estivesse ao alcance dele, ele ajudava. Reunia a família pra gente se divertir juntos. A nossa conversa de WhatsApp era toda o Mizael rindo, brincando", lembra. "Ele não tinha maldade. Acho que ele morreu e nem sabia do que se tratava. Acho que ele imaginou que era um atentado, ele não deve ter associado que era direcionado pra vida dele mesmo", finalizou a irmã.
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