Proposta de expansão do Mercado dos Pinhões é apresentada para moradores e comerciantes

Reunião, liderada pelo titular da Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), Samuel Dias, ocorreu na noite desta quarta-feira, 24

22:28 | Abr. 24, 2024

Por: Gabriela Almeida
MERCADO dos Pinhões (foto: Samuel Setubal)

O projeto que prevê o restauro do Mercado dos Pinhões e a expansão da área onde ele está localizado foi apresentado para moradores e comerciantes do entorno. Reunião, liderada pelo titular da Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), Samuel Dias, ocorreu na noite desta quarta-feira, 24.

Intervenção inicial, divulgada na última semana, tinha como proposta trazer a estrutura do Mercado da Aerolândia para unificar com a do equipamento, interligando ambos e fazendo eles voltarem à sua configuração histórica, que existiu até 1938. Ação também promoveria a revitalização dos espaços.  

No entanto, moradores da Aerolândia mostraram indignação com a proposta e chegaram a realizar manifestações contra a ação. Na noite da terça-feira, 23, eles participaram de um encontro com o Município e optaram, por meio de votação, que a construção permanecesse e passasse por restauro

De acordo com o secretário Samuel Dias, a decisão altera o projeto de ampliação do Mercado dos Pinhões. "Originalmente a ideia é que ela (intervenção do espaço) fosse feita através da reunificação dos dois mercados, nós vamos fazer isso de outra forma e essa forma ela vai ser debatida com os especialistas de patrimônio, que ela pode ser desde uma cópia exata do que era o mercado da Aerolândia ou até algo completamente diferente, uma nova estrutura", frisa o secretário. 

Ele esteve hoje reunido com moradores, permissionários e comerciantes do entorno para apresentar a proposta. Intervenção visa desmontar a estrutura de ferro e anexá-la em um terreno localizado em frente à Praça Visconde de Pelotas, expandindo a área que envolve o equipamento para 9 mil metros quadrados. 

Onde hoje está o mercado deve funcionar uma praça, acolhendo os bares e restaurantes que já existem no espaço. Projeto conta ainda com estacionamento e estruturas de sombreamento e de acessibilidade. 

Durante reunião o titular da Seinf ouviu as indagações e propostas apresentadas pelos participantes, ideias que devem ser levadas em consideração no projeto. Próximos passos devem demandar o levantamento de um orçamento detalhado, permitindo uma licitação para que seja dado o início de obra. 

"A partir desse encontro aqui já foi possível definir questão de ocupação de espaço, de layout, como deve ser o projeto, então a gente já pode partir pro detalhamento dessa etapa. A gente agora só falta definir (...) a parte da ampliação do mercado de ferro em si, como é que vai acontecer, isso vai ser um trabalho mais demorado", disse ele ao fim do encontro. 

Permissionários e comerciantes mostram expectativa e apreensão

Sandra Pereira, dona do Papudim bar, que funciona há 16 anos no local, foi uma das pessoas presentes no encontro. Ela chegou a mostrar uma preocupação quanto a poder colocar mesas e cadeiras frente ao seu estabelecimento, uma vez que atualmente isso só pode ser feito de forma limitada. 

No entanto, ela saiu com a promessa de que, provavelmente, o projeto vai possibilitar mais espaço para o funcionamento do seu negócio, além de ser um atrativo local. "Se a reforma sair realmente, eu acredito que eles não vão mexer com a gente (bares) não, acho que vai melhorar", pontua a comerciante. 

A expectativa de que a área melhore também é sentida por permissionários do polo gastronômico que funciona no espaço desde 2017. Contudo, há ainda uma apreensão de que promessa não seja cumprida. 

Edna Sarmento, chefe de cozinha do Cordel Gastronomia, trabalha no local há seis anos e destaca que o polo está "abandonado": "Como vai demorar isso daqui (a obra), minha preocupação é arrumar (o espaço), porque tá um descaso, nos abandonaram totalmente (...) Os chefes de cozinha do Ceará vão pro polo ou vão morrer aqui? Eu tô esperançosa que dê certo mas sinceramente eu tenho que pisar no chão", pontua.  

Simone Pescine, chefe que atua no Mama Simona desde a abertura do polo, concorda com a colega de trabalho. Ela saíram da reunião com a promessa de que seriam ouvidas em breve pelos órgãos competentes da Prefeitura, mas a comerciante não demostrou esperança: "A gente já marcou várias e várias reuniões mas nada, não teve resultado".