MIS atrai público diverso em programação que celebra o Dia dos Povos Indígenas

Ação fez parte da programação especial "Das coisas que aprendi ouvindo". Evento acontece até este domingo, 21

08:00 | Abr. 21, 2024

Por: Gabriela Almeida
Foto de apoio ilustrativo: Cacique Pequena, do povo Jenipapo-Kanindé, participou do evento (foto: FÁBIO LIMA/ O POVO)

O Museu da Imagem e do Som (MIS) recebeu, nesse sábado, 20, uma apresentação do coral Nheengari Sambokar, do povo Jenipapo-Kanindé. Ação atraiu público diverso e fez parte da programação especial “Das coisas que aprendi ouvindo”, em alusão ao Abril Indígena. Evento acontece até este domingo, 21.

Momento é uma forma de celebrar o Dia dos Povos Indígenas, lembrado no dia 19 deste mês, e contou ainda com a participação da Cacique Pequena, primeira mulher cacique de um grupo indígena no Brasil.

Conforme Zoraia Nunes, diretora adjunta do MIS, o equipamento tem um “compromisso” com o tema, sendo esse o segundo ano em que atividades do tipo ocorrem no espaço.

“É para além de um evento. É, na verdade, um compromisso do museu (...) De trazer para a sua programação, mas também trazer para o seu acervo, narrativas que na grande maioria das vezes são invisibilizadas, como a narrativa dos povos indígenas”, destaca.

Antes da apresentação musical, houve a entrega simbólica dos registros sonoros de cantos, realizados pelo MIS, do povo Jenipapo-Kanindé, situado no município de Aquiraz. Cacique Pequena, representante do grupo, foi quem recebeu o conteúdo no palco, sendo convidada a cantar. 

“Esse momento é muito importante (...) Esse para mim é um momento de muita alegria, de estar aqui com meus curumins da aldeia, isso é muito importante para nós, isso é uma coisa que traz muita felicidade, para Cacique Pequena e para a aldeia”, disse a líder indígena.

Ela se apresentou ao lado do grupo Nheengari Sambokar, que significa “canto livre” e é composto por cerca de 15 crianças da etnia — sendo parte do programa de música da Tapera das Artes. Logo em seguida, foi a vez do grupo entoar sozinho cânticos que fazem alusão à natureza e aos povos originários. 

Evento atrai público diverso

Durante as apresentações, um público formado por pessoas diversas assistia a tudo concentrado, tirando os olhos do palco apenas para filmar ou fazer fotos do momento. Na plateia estava Heloísa Araujo, 39, que foi ao local com o marido, as duas filhas pequenas e uma amiga.

“Toda oportunidade que eu tenho de levar as minhas filhas no museu (eu levo), porque eu não tinha oportunidade de ir ao museu quando eu era criança, enquanto (parte de) uma família negra”, diz a comunicóloga.

Heloisa afirma que levou as pequenas “para que elas vejam que os povos indígenas fazem parte da nossa vida no presente e no futuro”.

Com José Roberto, 46, foi diferente: os filhos viram a programação nas redes sociais e o convidaram a ir. “É muito importante (o evento em alusão ao Abril Indígena), porque a gente aprende e os filhos da gente aprendem também, né?”, aponta o mecânico. 

Já para Fabricio de Paulo, 23, o evento foi uma surpresa em meio a um passeio romântico. Ele levou o namorado pela primeira vez ao museu e somente lá descobriu que a apresentação aconteceria. 

“Somos todos indígenas, porque o Brasil é miscigenado e a nossa raiz maior é a indígena. A gente tem que dar essa importância para a cultura, (revisitar) as raízes e aprender mais”, destacou o assistente administrativo, que prestigiou o momento ao lado do companheiro. 

A programação especial segue até este domingo, 21, dia em que acontece uma apresentação musical de um grupo indígena da etnia Fulni-ô, Thynia Thudya, seguida por uma fala aberta com Txhyfia Caique, Kafytxwa Awinan e Thinya klusá Klauber.

Serviço: “Das coisas que aprendi ouvindo”

Confira a programação do domingo, 21 de abril:

Quando: domingo, 21, das 17 horas às 19 horas

Onde: praça do Museu da Imagem e do Som Fortaleza (avenida Barão de Studart, 410 - Meireles)

Gratuito