Professores e técnicos em greve realizam ato em dia de negociação com Governo Federal
Reuniões com ministérios para negociar demandas acontecem na manhã e na tarde desta sexta-feira, 19, em BrasíliaProfessores e servidores técnico-administrativos das universidades e institutos federais do Ceará organizaram um ato político nesta sexta-feira, 19, no jardim da Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC). As categorias estão em greve buscando reestruturação de carreiras e recomposição salarial.
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O ato ocorreu enquanto uma nova reunião entre representantes sindicais, Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e Ministério da Educação acontece em Brasília. A expectativa dos servidores é que uma proposta satisfatória seja apresentada pelo Governo Federal. Pela manhã, foram discutidas as demandas dos técnico-administrativos em Educação e à tarde os docentes serão o foco da discussão.
Em nota, o MGI afirma que “o governo apresenta uma proposta convergente com o relatório do Grupo de Trabalho formado por representantes dos Ministérios da Educação e da Gestão, das universidades e instituições de ensino, além de entidades sindicais representantes dos servidores do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação (PCCTAE)” nesta sexta-feira.
A mobilização dos grevistas ocorre na expectativa de bons resultados da mesa de negociação. “A gente espera que hoje o governo apresente alguma proposta interessante. As negociações só avançaram mais devido à pressão [da greve]”, afirma Cézar Amário, professor do campus do IFCE em Umirim e membro do Sindsifce.
Os técnico-administrativos deflagraram greve ainda em março, já os docentes decidiram pela paralisação em abril.
Buscando negociações desde julho de 2023, a categoria dos técnicos procura diminuir a defasagem salarial, que já alcança 34,32%. O índice de aumento reivindicado pelos professores é de 22,71%. Em contraproposta nas negociações, os docentes sugeriram que fosse pago dividido em 3 parcelas de aproximadamente 7% em 2024, 2025 e 2026.
O Governo, no entanto, propôs reajuste de 9%, dividido em duas parcelas de 4,5%, mas com a primeira paga apenas em maio de 2025 e a outra metade em 2026. Os professores reivindicam que o reajuste contemple o ano de 2024.
“Nós tivemos um forte desmonte da educação pública e agora precisamos de investimentos vigorosos, para que a educação se recomponha, tanto em relação a valorização dos profissionais quanto a recuperação de infraestrutura”, diz Irenisia Oliveira, presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc).
“Esse momento de unificar é pra gente juntar forças e mostrar pra sociedade o que é a nossa luta. Quando a gente luta pela categoria, pela recomposição salarial, a gente está lutando pela educação”, explica Elaine Teixeira, técnica-administrativa integrante do comando local de greve do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do Estado do Ceará (Sintufce).