PM alvo de operação contra lavagem de dinheiro teria movimentado R$ 2 milhões em 3 meses
Investigação aponta que soldado e subtenente usavam as companheiras para adminstrar os valores, que seriam oriundos de atividades ilícitas. As mulheres também são investigadasUm soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE), alvo de operação policial da Delegacia de Combate a Lavagem de Dinheiro, teria movimentado R$ 2 milhões em um período de três meses. A informação é do titular da unidade responsável pela investigação, Renê Mesquita.
A ofensiva da Polícia Civil do Ceará foi realizada nesta terça-feira, 16, em Fortaleza, com o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão.
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Os dois alvos da operação denominada "Exaurimento" são agentes de seguranç — um soldado e um subtenente da Polícia Militar, que estão afastados das funções mediante licença médica. Ambos foram condenados, em 2022, a 60 anos de prisão por tráfico de drogas, integrar organização criminosa e extorsão. Eles recorrem da decisão judicial em liberdade.
Conforme o delegado Renê Mesquita, após a condenação, foi verificado que ambos possuíam patrimônio incompativel com a renda. "Verificamos indícios de que os bens tenham sido adquiridos com os crimes anteriores pelos quais foram condenados", ressaltou.
A investigação durou pelo menos um ano e concluiu que os dois suspeitos usavam as respectivas companheiras para administrar os valores, que seriam provenientes das ações ilícitas. Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, três mandados de sequestro de veículos e sete mandados de sequestro de imóveis.
A partir das ações desta terça-feira, a Polícia Civil identificou que há mais imóveis relacionados a lavagem de dinheiro e deve pedir à Justiça o sequestro de novos bens. Os cumprimentos de mandados de prisão ocorreram em Fortaleza, nos bairros Cambeba, Cidade dos Funcionários, Eusébio e Parque Santa Maria.
Durante o cumprimento dos mandados, o soldado de 32 anos foi preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo de uso permitido. Ele foi conduzido a unidade policial, onde foi concluído o procedimento. Ele pagou uma fiança de R$ 28 mil e foi liberado.
O delegado aponta que os imóveis eram colocados nos respectivos nomes das companheiras. Uma academia no bairro Jangurussu é um desses estabelecimentos e era adminstrado pela copanheira do subtenente. Os trabalhos policiais identificaram que existiam empresas de fachada. Algumas propriedades dos casais eram alugadas para terceiros.
Os nomes dos dois não foram divulgados em razão do processo ser mantido em segredo de Justiça. As investigações do caso devem continuar. Além da delegacia especializata, atuaram na ofensiva o Laboratório de Tecnologia de contra Lavagem de Dinheiro e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core).
De acordo com a Polícia Civil, houve a constituição de pessoa jurídica para possibilitar a movimentação de recursos ilícitos. O nome da operação Exaurimento (esgotamento) é relacionado à fase final da investigação, que resultou no sequestro de bens.
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