Demolição do Edifício São Pedro é liberada após suspensão por risco a trabalhadores
Obra havia sido embargada por auditores fiscais do trabalho no dia 5 de abril depois que foram identificados pontos de perigo, como o uso de uma minirretroescavadeira, que ficava suspensa por um guindaste no andar superior do prédioA obra de demolição do Edifício São Pedro, na Praia de Iracema, em Fortaleza, foi liberada na manhã desta quarta-feira, 17, após 12 dias de embargo. No último dia 5, os auditores fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho do Ceará (SRT-CE) suspenderam a demolição por risco aos trabalhadores.
Os fiscais identificaram alguns pontos de perigo para os operários, assim como para os pedestres e veículos que circulavam no entorno do prédio. Entre eles, o uso de uma minirretroescavadeira, que ficava suspensa por um guindaste no andar superior do imóvel, e risco de queda da estrutura.
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Uma nova fiscalização foi realizada pelos auditores nesta manhã para saber se a empresa responsável tomou as medidas preventivas indicadas no termo de embargo. No local, foi constatado pelos auditores que a empresa realizou um novo plano de operação e implantou medidas em relação às irregularidades apontadas na primeira fiscalização.
Mudanças na obra após fiscalização
De acordo com o auditor fiscal do trabalho responsável pelo embargo e pela liberação da obra, Klênio Lima, houve substituição do modelo da retroescavadeira e da forma de operação.
"O equipamento tem um braço articulado de 15 metros de comprimento que vai substituir a que estava içada por um guindaste. Vai evitar a necessidade de trabalhadores no teto do edifício com uma máquina em atividade, que era um fator de risco", explica.
Com o novo equipamento, não será necessário a presença de trabalhadores na parte superior da obra, visto que o nova restroscavadeira é composta por um braço mecânico para fazer a demolição de baixo para cima. "Ele estará no solo e utilizará apenas uma ponta de lança para retirar partes do prédio", explica o auditor.
Além disso, foi feito o escoramento no local para impedir o colapso do prédio e a instalação de iluminação e guarda-corpo para impedir a queda de trabalhadores e a implantação de bandejas e telas pra evitar que a queda de materiais atinja trabalhadores, pedestres e veículos.
Empresa precisa manter medidas de segurança, diz auditor
Ainda segundo o auditor, a empresa cumpriu o que foi pedido no termo de embargo, mas é preciso que ela mantenha as medidas executadas.
“Essas medidas evitarão acidentes de trabalho graves ou até com morte. Não é só fazer as correções e depois simplemente abandonar. A gente orienta e vamos ficar atentos tendo em vista que é uma obra com potencial de acidentes bem maior porque tem grande circulação de pessoa e veículo próximos”, afirma Klênio.
Na primeira fiscalização, os demais problemas apontados pelos auditores no início do mês foram: risco de acidente por projeção dos materiais na extensão do edifício; falta de proteção coletiva, principalmente ao redor do edifício e na abertura do piso da laje; fosso do elevador; e ausência de um programa de gerenciamento de risco.
Ainda foram identificadas as ausências de lonas em todas as faces do edifício e de bandejas de madeiras a cada pavimento, ausência de iluminação nas escadas de acesso e trabalho em altura sem planejamento e sem procedimento operacional de segurança.
Prazo de três meses se mantém, diz Seinf
Segundo Samuel Dias, secretário Municipal da Infraestrutura, a Prefeitura recebeu a notícia do embargo da obra com "tranquilidade". "As medidas pedidas eram para aumentar a segurança na obra e essa é uma das premissas básicas nossas na execução dessa obra de demolição", disse.
O secretário diz que a prefeitura "exigiu" que todas as medidas indicadas fossem "integralmente atendidas". "A empresa mobilizou novos equipamentos de demolição que vão aumentar a produtividade", afirma. Ele explica que uma máquina de longo alcance funcionará a partir de plataforma construída para apoio das máquinas ao lado do prédio. "Isso vai trazer mais velocidade para a demolição e a gente espera ainda cumprir o prazo dos três meses apresentados inicialmente, garante.