Demolição do Edifício São Pedro é liberada após suspensão por risco a trabalhadores
Obra havia sido embargada por auditores fiscais do trabalho no dia 5 de abril depois que foram identificados pontos de perigo, como o uso de uma minirretroescavadeira, que ficava suspensa por um guindaste no andar superior do prédio
15:21 | Abr. 17, 2024
A obra de demolição do Edifício São Pedro, na Praia de Iracema, em Fortaleza, foi liberada na manhã desta quarta-feira, 17, após 12 dias de embargo. No último dia 5, os auditores fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho do Ceará (SRT-CE) suspenderam a demolição por risco aos trabalhadores.
Os fiscais identificaram alguns pontos de perigo para os operários, assim como para os pedestres e veículos que circulavam no entorno do prédio. Entre eles, o uso de uma minirretroescavadeira, que ficava suspensa por um guindaste no andar superior do imóvel, e risco de queda da estrutura.
Uma nova fiscalização foi realizada pelos auditores nesta manhã para saber se a empresa responsável tomou as medidas preventivas indicadas no termo de embargo. No local, foi constatado pelos auditores que a empresa realizou um novo plano de operação e implantou medidas em relação às irregularidades apontadas na primeira fiscalização.
Mudanças na obra após fiscalização
De acordo com o auditor fiscal do trabalho responsável pelo embargo e pela liberação da obra, Klênio Lima, houve substituição do modelo da retroescavadeira e da forma de operação.
"O equipamento tem um braço articulado de 15 metros de comprimento que vai substituir a que estava içada por um guindaste. Vai evitar a necessidade de trabalhadores no teto do edifício com uma máquina em atividade, que era um fator de risco", explica.
Com o novo equipamento, não será necessário a presença de trabalhadores na parte superior da obra, visto que o nova restroscavadeira é composta por um braço mecânico para fazer a demolição de baixo para cima. "Ele estará no solo e utilizará apenas uma ponta de lança para retirar partes do prédio", explica o auditor.
Além disso, foi feito o escoramento no local para impedir o colapso do prédio e a instalação de iluminação e guarda-corpo para impedir a queda de trabalhadores e a implantação de bandejas e telas pra evitar que a queda de materiais atinja trabalhadores, pedestres e veículos.
Empresa precisa manter medidas de segurança, diz auditor
Ainda segundo o auditor, a empresa cumpriu o que foi pedido no termo de embargo, mas é preciso que ela mantenha as medidas executadas.
“Essas medidas evitarão acidentes de trabalho graves ou até com morte. Não é só fazer as correções e depois simplemente abandonar. A gente orienta e vamos ficar atentos tendo em vista que é uma obra com potencial de acidentes bem maior porque tem grande circulação de pessoa e veículo próximos”, afirma Klênio.
Na primeira fiscalização, os demais problemas apontados pelos auditores no início do mês foram: risco de acidente por projeção dos materiais na extensão do edifício; falta de proteção coletiva, principalmente ao redor do edifício e na abertura do piso da laje; fosso do elevador; e ausência de um programa de gerenciamento de risco.
Ainda foram identificadas as ausências de lonas em todas as faces do edifício e de bandejas de madeiras a cada pavimento, ausência de iluminação nas escadas de acesso e trabalho em altura sem planejamento e sem procedimento operacional de segurança.
Prazo de três meses se mantém, diz Seinf
Segundo Samuel Dias, secretário Municipal da Infraestrutura, a Prefeitura recebeu a notícia do embargo da obra com "tranquilidade". "As medidas pedidas eram para aumentar a segurança na obra e essa é uma das premissas básicas nossas na execução dessa obra de demolição", disse.
O secretário diz que a prefeitura "exigiu" que todas as medidas indicadas fossem "integralmente atendidas". "A empresa mobilizou novos equipamentos de demolição que vão aumentar a produtividade", afirma. Ele explica que uma máquina de longo alcance funcionará a partir de plataforma construída para apoio das máquinas ao lado do prédio. "Isso vai trazer mais velocidade para a demolição e a gente espera ainda cumprir o prazo dos três meses apresentados inicialmente, garante.