No calçadão da Beira-Mar, canteiro cultivado por trabalhadores chama atenção

Iniciativa de empresário e trabalhadores locais ganhou apoio da Prefeitura. Para diminuir os furtos, cercas e placas foram instaladas no local

Uma caminhada mais tranquila pelo calçadão da Beira-Mar, em Fortaleza, revela um detalhe especial no paisagismo: um canteiro cultivado próximo a uma das barracas locais. O cuidado com as mudas e a beleza do espaço são frutos de uma parceria entre o proprietário do estabelecimento e a Secretaria Regional 2.

As flores, prestes a desabrochar, são protegidas por fio que as circunda e, embora discreto, desempenha um papel crucial ao impedir que as pessoas invadam o espaço e roubem as plantas em desenvolvimento. Placas alertam os transeuntes sobre a importância de preservar o ambiente e respeitar o trabalho dos responsáveis. 

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Heloisa Holanda, frequentadora assídua do calçadão, testemunhou o crescimento das plantas ao longo de um ano. “É lindo. Antes eles plantaram e as pessoas começaram a arrancar. Aí eles cercaram e fizeram essas divisórias para as pessoas não arrancarem”, compartilha.

Sua observação ressalta não apenas a beleza do canteiro, mas também a importância de um cuidado com o espaço público. “Acho a nossa orla muito bonita, mas acho também que é serviço da Prefeitura fazer a manutenção”, ressalta. 

Carlos Henrique, estudante de arquitetura apaixonado por paisagismo, para por um momento para admirar o canteiro florido. Ele chama atenção para a necessidade de cuidado do poder público, que, alinhado com a colaboração da população, pode trazer mais benefícios para o espaço. “Acho que é esse tipo de cuidado que transforma um lugar comum em algo especial. Se mais gente se engajasse assim, imagina como nossa cidade ia ficar ainda mais incrível”. 

Maurício do Nascimento, garçom do estabelecimento, explica como a ideia surgiu e se desenvolveu. “Aqui são bancos de areia, então fica muito vago. Aí ele [dono do estabelecimento] foi na Regional e pediu autorização. Daí veio a iniciativa de fazer isso”, relata.

Nascimento destaca o esforço contínuo para manter o espaço agradável e funcional: “Tem um rapaz contratado que vem para cá só para fazer a manutenção. À noite, tem outra pessoa que vem para aguar. Fica mais até mais agradável para trabalhar no local mais bonito”.

No entanto, nem tudo são flores. A cerca ao redor do canteiro, explica Maurício, é necessária para protegê-lo de furtos e danos. “A cerca é para inibir o furto. Tira até um pouco da beleza dela, mas tivemos que fazer para mostrar que é nossa, que a gente tá cuidando, porque as pessoas passam e levam”, lamenta.

Apesar disso, o engajamento da comunidade local é notável, com a ajuda de amigos que vigiam e protegem o espaço. “A gente mantém amizades com os barraqueiros, do lado direito esquerdo, aí eles também observam, falam que não pode arrancar”, comenta.

“As placas, todas foram colocadas pela barraca, mas também teve um dia que chegamos e vimos uma nova placa, toda desenhada, puxamos nas câmeras e vimos que foi uma pessoa que passou e deixou”, completa. 

Rafael Antônio, colega de Maurício, destaca os benefícios da iniciativa não apenas para os turistas, mas também para os moradores locais. “É bom para o turista, para quem é da cidade. Se todo mundo adotasse um jardim e cuidasse, seria bom para todo mundo”, reflete.

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