Procurador afirma ser vítima de denúncias mentirosas e nega agressão física contra entregadora em Fortaleza
Antônio Cerqueira se pronunciou pela primeira vez após o caso ser divulgado e negou as acusações
15:05 | Mar. 29, 2024
Após ser acusado de agressão contra uma mulher que fazia entrega por aplicativo, o Procurador-chefe da Procuradoria de Justiça Militar em Fortaleza e professor de Direito, Antônio Cerqueira, 70, se pronunciou pela primeira vez sobre o caso registrado no dia 24 de março em um condomínio na avenida Beira Mar, em Fortaleza.
O procurador afirma que é alvo de denúncias mentirosas. "Afirmo com veemência, nunca apertei o pescoço de nenhuma mulher, sendo essa afirmativa ultrajante, além de mentirosa", alega.
A versão dele descreve que no dia 24, por volta das 14h30, havia feito dois pedidos pelo Ifood e quando um dos pedidos chegou foi verificado que o cartão não havia passado. Ele afirma que indagou se poderia pagar com PIX ou dinheiro, no entanto a entregadora afirmou que somente receberia via cartão de crédito.
O procurador afirma que foi até o apartamento e pegou um outro cartão, que possuía crédito, mas também não foi possível finalizar a compra. O procurador afirma que disse que a máquina poderia estar quebrada ou sem acesso à internet.
"Foi quando comentei, já com uma certa impaciência com a entregadora, que o problema não seria com meus cartões, mas com a máquina, já que ela teria tentado por várias vezes passar por cartões.
Ele afirma que a entregadora disse: "deixe de zuada porque caso contrário eu vou embora". E neste momento ele afirma ter determinado que ela se retirasse do prédio, pois estava no interior do condomínio.
"Qual não foi minha surpresa quando a entregadora começou a filmar gritando por socorro, dizendo que meu cartão havia sido rejeitado, por uma compra de R$ 35 e que ela estava sendo humilhada", afirma.
De acordo com o procurador, dois policiais estavam fazendo a ronda pela Beira Mar e explicou o fato a eles e retornou para o apartamento. Cerqueira nega ter agredido fisicamente a vítima.
"Nunca toquei nesta senhora, sequer cheguei perto dela, muito menos a enforquei, como estão dizendo", ressaltou.
Conforme o professor de Direito, durante o período de trabalho como professor universitário e ainda quando ministrava cursos na Escola Superior do Ministério Público do Ceará, Escola da Magistratura no Rio Grande do Norter e Escola Superior do Ministério Público do Amapá "nunca minha honra foi questionada", alegou.
Por fim o procurador informou que as medidas jurídicas e administrativas são tomadas.
Providências administrativas
O corregedor nacional do Ministério Público instarou na última terça-feira, 26, uma reclamação disciplinar contra o procurador e determinou a notificação da Corregedoria-geral do Ministério Público Militar, para que no prazo de cinco dias, apresentasse as providências tomadas internamente acerca do caso.
O POVO teve acesso ao Boletim de Ocorrência do caso, registrado no 2º Distrito Policial, que cita o procurador.