Integrantes do MTST ocupam prédio da vice-prefeitura de Fortaleza
Protesto começou por volta das 9 horas e reivindicou ações para a periferia. Militantes se reuniram em frente ao Edifício São Pedro e marcharam em direção à vice-prefeituraIntegrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam de forma pacífica o prédio da vice-prefeitura de Fortaleza, localizado no bairro Praia de Iracema, durante uma manifestação realizada na manhã desta quinta-feira, 21. Eles solicitaram, dentre várias outras reivindicações, a descentralização de políticas públicas na Capital — ou seja, que se expandam para toda a Cidade.
Os militantes se reuniram em frente ao Edifício São Pedro, por volta das 9 horas, e depois marcharam em direção ao gabinete da vice-prefeitura, que foi ocupado como uma forma de pressionar a gestão municipal.
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Sérgio Farias, integrante do setor de Cozinhas Solidárias do MTST, destaca que a manifestação teve como objetivo cobrar a presença de iniciativas nas áreas periféricas da Cidade.
Ele acredita que as ações, em grande parte das vezes, chegam apenas à classe média. “Tem todo um debate de cidade moderna, de smart [city], mas para quem é essa cidade?” questionou.
“A gente quer se sentar com o vice-prefeito de Fortaleza e dizer para ele: ‘Cara, nós queremos levar o debate que você está fazendo [sobre cidade inteligente e outras pautas] para o Jangurussu, Bom jardim etc.’ Essa coisa de uma cidade governada por ‘playboys’ e para ‘playboys’ é muito ruim para a gente”, disse.
O coordenador estadual do MTST, Dóris Soares, ressalta que a manifestação também buscou reivindicar moradia, segurança e acesso a serviços básicos, como o saneamento básico, em comunidades carentes.
“A gente quer que eles [os projetos] sejam descentralizados, que seja para [toda] Fortaleza e não para a região rica da Cidade, não para o turista. A gente não é contra a política pública, a gente só quer que a política pública seja descentralizada e chegue para todos os territórios.”
Uma das pessoas presentes na manifestação foi Julia Maria Luciana, 54, militante do MTST há cerca de dois anos. Ela contou que vive em uma ocupação no bairro Cajazeiras. “Estamos aqui batalhando atrás de uma moradia digna para a gente e para quem precisa.”
A ocupação onde ela vive não tem saneamento básico e costuma alagar nos dias de chuva. “Quem não tem condição de fazer suas casas, vive nos barracos. Quando chove, eles perdem o pouquinho que têm, aí ficam esperando doações.”
Integrantes do MTST se reúnem com gestão municipal após ocupação
Após a ocupação, o vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista, se reuniu com integrantes do movimento e de outras organizações sociais que também participaram da ação. A reunião aconteceu no Centro Cultural Belchior, na Praia de Iracema. “Eu os escutei e vamos dar o encaminhamento [das reivindicações] que forem competência da Prefeitura.”. Após a reunião, os manifestantes deixaram a sede da vice-prefeitura por volta do meio dia.
Sobre a questão de ações na periferia, o vice-prefeito afirma que 93% do orçamento da gestão é voltado às regiões mais vulneráveis da Capital. “Se você olhar o mapa da Cidade e onde nós estamos fazendo escolas de tempo integral, creches, requalificação de postos de saúde, [implementação] de pisos intertravados e drenagem, vai ser todo nas áreas mais [pobres] de Fortaleza.”
“Claro que temos desafios a serem enfrentados, mas o mais importante é que, primeiro, temos planejamento para essas áreas, segundo, que temos buscado priorizar essas regiões e, terceiro, que temos uma data para que Fortaleza consiga reduzir suas datas, que é 2040”, acrescentou.
Ele acredita que não houve problema nenhum na ocupação. “A vice-prefeitura é um espaço de diálogo, de acolhimento da população, ela está sempre aberta para que todas as pessoas possam vir e trazer suas agendas da Cidade.”
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