Mulher denuncia assédio dentro de elevador em Fortaleza

Caso aconteceu em fevereiro em um prédio no bairro Aldeota, em Fortaleza. O homem dá um tapa nas nádegas da vítima quando ela saía do elevador

16:19 | Mar. 18, 2024

Por: Lucas Barbosa
REPRODUÇÃO de vídeo da ação do empresário contra a nutricionista (foto: Reprodução Redes Sociais)

Uma nutricionista usou as redes sociais para denunciar um caso de importunação sexual de que foi vítima no último dia 15 de fevereiro em um edifício do bairro Aldeota, em Fortaleza. Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da Capital investiga o caso.

O vídeo que registrou o crime também foi compartilhado. As imagens mostram que tanto agressor, quanto vítima estavam em um elevador. No momento em que a nutricionista deixava o elevador, o homem deu um tapa nas nádegas delas.

Em seguida, ele fecha as portas do elevador. As imagens também mostram ele correndo deixando o prédio de carro.

"Quando aconteceu, fiquei em choque, sem acreditar... Xinguei, chutei o elevador na parte de fora, chorei, senti raiva, me senti impotente", afirmou ela na postagem. Veja o vídeo:

 

A vítima também se posicionou por meio de nota escrita por seus advogados. A publicação informa que ela havia acabado de encerrar o expediente de trabalho quando foi vítima da agressão.

A nota afirma que ela ficou “profundamente abalada, manifestando sua impotência através de lágrimas e gritos”. Os advogados descreveram que ela foi amparada por um colaborador do prédio, que contribuiu na identificação do agressor.

"Atualmente, a vítima opta não se pronunciar publicamente devido ao seu estado emocional, no entanto, ela deseja transmitir uma mensagem à sociedade: 'ressalto que, em nome de tantas outras mulheres que são, diariamente, vítimas de situações como essas, não quero (e nem vou) deixar essa situação impune! Por isso, todas as medidas judiciais (cíveis e criminais) já estão sendo tomadas para que esse indivíduo não fique impune e que, consequentemente, seja feita justiça'".

Em nota, a Polícia Civil informou que investiga o caso. "A vítima, uma mulher de 25 anos, noticiou o fato por meio de um Boletim de Ocorrência, registrado em 15 de março de 2024", informou em nota a corporação. "As investigações estão a cargo da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza."

Violência contra a mulher - o que é e como denunciar?

A violência doméstica e familiar constitui uma das formas de violação dos direitos humanos em todo o mundo. No Brasil, a Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, caracteriza e enquadra na lei cinco tipos de violência contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial.

Entenda as violências:

Violência física: espancamento, tortura, lesões com objetos cortantes ou perfurantes ou atirar objetos, sacudir ou apertar os braços.

Psicológica: ameaças, humilhação, isolamento (proibição de estudar ou falar com amigos).

Sexual: obrigar a mulher a fazer atos sexuais, forçar matrimônio, gravidez ou prostituição, estupro.

Patrimonial: deixar de pagar pensão alimentícia, controlar o dinheiro, estelionato.

Moral: críticas mentirosas, expor a vida íntima, rebaixar a mulher por meio de xingamentos sobre sua índole, desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir.

A Lei 13.104/15 enquadrou a Lei do Feminícidio - o assassinato de mulheres apenas pelo fato dela ser uma mulher. O feminicídio é, por muitas vezes, o triste final de um ciclo de violência sofrido por uma mulher - por isso, as violências devem ser denunciadas logo quando ocorrem. A lei considera que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Veja como buscar ajuda:

Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180

Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (DDM-FOR)
Rua Teles de Souza, s/n - Couto Fernandes
Contatos: (85) 3108 2950 / 3108 2952

Delegacia de Defesa da Mulher de Caucaia (DDM-C)
Rua Porcina Leite, 113 - Parque Soledade
Contato: (85) 3101 7926

Delegacia de Defesa da Mulher de Maracanaú (DDM-M)
Rua Padre José Holanda do Vale, 1961 (Altos) - Piratininga
Contato: 3371 7835

Delegacia de Defesa da Mulher de Pacatuba (DDM-PAC)
Rua Marginal Nordeste, 836 - Jereissati III
Contatos: 3384 5820 / 3384 4203

Delegacia de Defesa da Mulher do Crato (DDM-CR)
Rua Coronel Secundo, 216 - Pimenta
Contato: (88) 3102 1250

Delegacia de Defesa da Mulher de Icó (DDM-ICÓ)
Rua Padre José Alves de Macêdo, 963 - Loteamento José Barreto
Contato: (88) 3561 5551

Delegacia de Defesa da Mulher de Iguatu (DDM-I)
Rua Monsenhor Coelho, s/n - Centro
Contato: (88) 3581 9454

Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte (DDM-JN)
Rua Joaquim Mansinho, s/n - Santa Teresa
Contato: (88) 3102 1102

Delegacia de Defesa da Mulher de Sobral (DDM-S)
Av. Lúcia Sabóia, 358 - Centro
Contato: (88) 3677 4282

Delegacia de Defesa da Mulher de Quixadá (DDM-Q)
Rua Jesus Maria José, 2255 - Jardim dos Monólitos
Contato: (88) 3101-7918

Casa da Mulher Brasileira

A Casa da Mulher Brasileira é referência no Ceará no apoio e assistência social, psicológica, jurídica e econômica às mulheres em situação de violência. Gerida pelo Estado, o equipamento acolhe e oferece novas perspectivas a mulheres em situação de violência por meio de suporte humanizado, com foco na capacitação profissional e no empoderamento feminino.

Telefones para informações e denúncias à Casa da Mulher Brasileira:

Recepção: (85) 3108 2992 / 3108 2931 – Plantão 24h
Delegacia de Defesa da Mulher: (85) 3108 2950 – Plantão 24h, sete dias por semana
Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher: (85) 3108 2966 - segunda a quinta, das 8 às 17 horas
Defensoria Pública: (85) 3108 2986 - segunda a sexta, das 8 às 17 horas
Ministério Público: (85) 3108 2940 / 3108 2941, segunda a sexta, das 8 às 16 horas
Juizado: (85) 3108 2971 – segunda a sexta, das 8 às 17 horas

Casas da Mulher Cearense:

Idealizadas a partir do exemplo da Casa da Mulher Brasileira, as Casas da Mulher Cearense oferecem serviços semelhantes para a atender mulheres em situação de violência. O espaço é dividido por blocos, com setor administrativo, Delegacia de Defesa da Mulher, Tribunal de Justiça, atendimento psicossocial, Ministério Público, Defensoria Pública, apoio, auditório, pátio interno, brinquedoteca, refeitório, vestiários, depósito, estacionamentos e áreas de jardins e passeios. Além dos órgãos de atendimento, as Casas oferecem cursos de capacitação profissional dentro da Promoção da Autonomia Econômica, alternativas de abrigamento temporário e espaço infantil para as crianças que estejam acompanhando as mães. O atendimento acontece 24 horas, todos os dias da semana.

Casa da Mulher Cearense de Juazeiro do Norte

Endereço: Avenida Padre Cícero, 4501, São José, Juazeiro do Norte

Telefone: (85) 98976-7750

Casa da Mulher Cearense de Sobral

Endereço: Avenida Monsenhor Aloísio Pinto, s/n, Cidade Gerardo Cristino

Telefone: (85) 99915-3463

Casa da Mulher Cearense de Quixadá

Endereço: Rua Luiz Barbosa da Silva – Planalto Renascer, Quixadá