Capoeira angola: vários públicos ocupam a praça da Estação das Artes
Em encontros mensais na praça do complexo cultural de Fortaleza, o grupo Capoeira Angola que Se Cria leva ritmo do esporte afro-brasileiro aos transeuntes e até às pessoas em situação de rua neste espaço
21:46 | Mar. 16, 2024
Chovesse ou fizesse sol — e o fim de tarde do sábado, 16, reservou um clima intermitente em que a chuva saiu vencedora no fim —, o ritmo que embalava o primeiro dia do fim de semana na praça do Complexo Cultural Estação das Artes era o da Capoeira Angola.
O grupo fortalezense “Capoeira Angola que Se Cria” se reuniu com instrumentos musicais para acompanhar os movimentos de alguns integrantes. Enquanto uma dupla se deslocava no centro da roda, um coro apresentava o canto corrido: “Abre a roda, minha gente”.
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“Uma vez por mês, (a roda) é aqui na praça. Depois a gente faz na sede do nosso grupo, que fica lá no Benfica, no Galpão das Artes”, explica o estudante de agronomia João “Sami”, de 27 anos.
Sami relembra sua primeira experiência com o grupo “Capoeira Angola que Se Cria”, influenciado pela recomendação de uma amiga. “Ela já participava e me convidou. Eu senti muita afinidade com todo o ‘rolê’, não só da luta e da dança, mas também o espiritual”, diz.
O professor de capoeira Gzim, 37, destaca que a roda chama a atenção de quem está de passagem pela praça e agrega também os moradores de rua do espaço. “Sempre a galera participa, sempre rola interação”, comenta.
“Essa praça ficou massa, um espaço bonito. A galera que tem criança, traz a criança, tem capoeirista que tem família e vem com as crianças”, completa.
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Capoeira na praça da Estação: uma expressão social em Fortaleza
“A gente tem essa coisa de trazer a capoeira pra rua, de ocupar o espaço público, cuidar também”, revela Gzim sobre o “Capoeira Angola que Se Cria”. Ele adiciona que, ao chegar, o grupo solicitou vassoura e rodo para “retirar um pouco da área que estava empoçada”.
“Outros grupos ocupam outros espaços, como o Passeio Público, o Parque Rachel de Queiroz. Então a capoeira sempre está nos espaços públicos da cidade”, considera. “Todo mundo cuida de todo mundo”.
O sentimento é compartilhado pela professora Marina Diel, 30, natural de Minas Gerais, praticante da capoeira angola desde sua chegada a Fortaleza.
“Tudo pode acontecer, né? As pessoas que estão andando vão parar e interagir, ou pessoas em situação de rua, que vão entrar no meio da roda. E é muito legal aprender a lidar com essa diversidade”.
“Toda vez que a gente fizer uma roda na rua, com certeza um milhão de coisas vão acontecer, inesperadas: crianças entrarem, pessoas idosas… Enfim, é muito massa isso”, adiciona.
O grupo “Capoeira Angola que se Cria” compartilha em sua rede social (@quesekriacapoeira) as datas e horários de suas rodas na praça do Complexo Cultural Estação das Artes, que ocorrem cerca de uma vez por mês no espaço.