CGD afasta PM que atirou contra ambulante em ação policial na Praia de Iracema
Testemunhas afirmaram que Tainan Nogueira foi baleado pelas costas e com as mãos algemadas. PMCE afirma que a ele teria sido baleado ao tentar pegar arma de policialO policial militar que atingiu e causou a morte do vendedor ambulante Taian Fé Nogueira, de 27 anos, na madrugada da terça-feira, 12, na Praia de Iracema, foi afastado das funções por determinação da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). O nome do agente de segurança não foi divulgado pelo órgão.
De acordo com a CGD, um processo disciplinar em desfavor do policial militar foi instaurado no âmbito administrativo. A ocorrência também é apurada pela Coordenadoria de Polícia Judiciária Militar (CPJM) por meio de um Inquérito Policial Militar (IPM).
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De acordo com testemunhas, a equipe formada por agentes de segurança fazia uma abordagem de rotina e vistoriava Tainan e outros homens na Praia de Iracema.
Ao verificarem no sistema que Taian tinha um mandado de prisão em aberto por crime de roubo, os policiais teriam algemado o rapaz.
Conforme a companheira dele, o vendedor ambulante teria ficado nervoso, correndo em direção ao mar. O militar teria ido atrás de Taian e atirado quatro vezes contra ele, que estava algemado com as mãos para trás, comforme as testemunhas.
A companheira dele também relatou que o rapaz caiu na água e, ao ser retirado do do mar pelo agente de segurança, os policiais teriam retirado uma das algemas ainda na faixa de areia e a da outra mão, posteriormente.
O homem foi levado dentro da viatura junto com a esposa ao Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro. A companheira acredita que o vendedor estava morto quando foi levado ao hospital, e a Polícia Militar informou que o rapaz estava com vida e morreu na unidade de saúde.
A versão da Polícia Militar, divulgada por meio de nota, é de que o rapaz teria entrado em luta corporal com o policial militar e tentado subtrair a arma do agente de segurança. As testemunhas negam e dizem que ele não teria como tentar pegar a arma do soldado com as mãos algemadas.
A vítima e a esposa são do Pará e moravam em Fortaleza desde 2016. Taian tinha um processo por roubo majorado no estado de origem e a Justiça havia expedido um mandado de prisão em seu desfavor.
Raíssa relata que os dois começaram a trabalhar como vendedores ambulantes em um quíosque na Praia de Iracema, onde comercializavam lanches e churrasquinho. No dia da ação policial, todos estavam reunidos, o casal, clientes e amigos.
Não havia clima de hostilidade antes dos tiros, afirmam testemunhas
Testemunhas que foram abordadas na mesma ação policial relatam que não havia um clima de hostilidade até os tiros serem efetuados. Contam que até brincaram perguntando se os agentes queriam consumir churrasquinho.
Algumas das pessoas abordadas haviam sido liberadas e estavam novamente sentadas. No momento em que o mandado de prisão foi constatado, Taian teria ficado surpreso e relatado que já havia cumprido pena pelo caso no período em que morava no Pará.
Taian teria ficado nervoso e então ido em direção ao mar. As testemunhas dizem que no momento que o soldado corria atrás dele, uma policial militar que estava na ocorrência teria gritado para que ele não atirasse.
Na manhã após a morte, as barracas de vendedores ambulantes não funcionaram. Os trabalhadores retormaram as atividades na manhã desta quarta-feira, 13.