Com "mosquito gigante", Terminal da Messejana recebe ação educativa contra dengue

Ação instrucional no Terminal de Messejana neste sábado, 2, se propôs a conscientizar transeuntes sobre as formas de combate à dengue e outras arboviroses

15:49 | Mar. 02, 2024

Por: Mateus Brisa
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL,02.03.2024: Terminal de Messejana recebe ação educativa contra a dengue. (foto: FÁBIO LIMA)

Quem passou pelo Terminal de Messejana, em Fortaleza, na manhã deste sábado, 2, pôde aprender mais sobre como combater a dengue. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) organizou uma ação educativa no local para reforçar os métodos de prevenção e cuidado contra o Aedes aegypti.

Parte do “Dia D contra a Dengue” — campanha nacional lançada pelo Ministério da Saúde (MS) na última quarta-feira, 28 —, a ação usou meios instrutivos, como panfletos e maquetes, para dialogar com a população. Mas, também aproveitou a propensão cearense para o lúdico: uma das educadoras se fantasiou de mosquito para “picar” os transeuntes e chamar atenção.

Objetivo foi parar cidadãos e aproximá-los da bancada educativa. O “mosquito gigante” foi prato cheio para as crianças, que, com elas, levavam os pais e responsáveis. Foi o caso do Pedro Isaque, que puxou a bisavó Leonísia Soares pela mão porque “tava doido para conhecer a ‘mosquita’ e tirar foto”.

A situação também atraiu Josiane Barbosa, de 46 anos, e a filha. Ambas já tiveram zika e dengue, segundo relatou a mãe, que sublinhou a importância da ação. Isso porque “não adianta eu fazer minha parte se o outro não fizer”.

Para Josiane, a população não está bem orientada quanto às ações necessárias para combater a dengue. Patrícia Moreira, 43, discorda da afirmativa. Em sua visão, há orientação, o que falta é empatia cidadã. “Só depende do ser humano. Depende de cada um para as coisas melhorarem”, afirmou.

“Infelizmente, muitos não têm responsabilidade de tirar um tempinho para isso. Se cada um fizesse sua parte, tudo ficaria melhor. Mas, muita gente não pensa assim. Só pensa quando vêm as consequências”, concluiu.

O pensamento está alinhado com o propósito da ação deste sábado. Segundo Cilene Chaves, coordenadora do Núcleo de Educação em Saúde e Mobilização Social da SMS, a intenção é “fazer o cidadão entender que [prevenção] não é atividade só da Prefeitura, que cada um de nós pode fazer nossa parte”.

Como declarou a educadora social Eunice Silva, 73, “é um trabalho de formiguinha, formiguinhas contra o Aedes”. Ela e a colega Silvia Martins, 58, estavam responsáveis pela bancada com maquetes e pôsteres informativos. Ambas atuam no combate à dengue na Capital há mais de 20 anos.

“A dengue é dever de todos. Nessa guerra, todos têm que participar. E a melhor forma de ajudar é conscientizando a população, levando informação”, destaca Silvia. “Não só o governo, mas a população tem um papel importantíssimo”.

Lembrar a população deste dever sanitário e coletivo é o que visa a ação da SMS. E a educadora fantasiada de mosquito foi uma forma de puxar os cidadãos para uma conversa. Gorete Benevides, 62, é a mulher por trás da roupa preto e branco. Segundo afirmou, a forma dela de combater a dengue é por meio da “molecagem cearense”.

“O povo não vai à procura da informação, não gosta de ir lá. Gosta é dessa parte mesmo da molecagem, quando a gente aborda com essa linguagem mais popular, que aí eles entendem direitinho e às vezes até lembram da gente quando estão fazendo algo em casa. Fica na memória”, sublinha ela.

Gorete atua como educadora social e vestida de Aedes aegypti há 10 anos. Com raízes no teatro, ela declarou preferir trabalhar em locais de “aglomeração”, principalmente no transporte público coletivo.

“Gosto de entrar no ônibus, perguntar quem já teve chikungunya e dizer ‘trouxe para vocês um remédio que vai curar de vez e nunca mais vai ter dengue na sua casa’. Fica todo mundo curioso, aí eu puxo os panfletos do bolso e digo: ‘Está aqui a solução. Uma vez por semana, 15 minutinhos na sua casa e acabou”, finaliza ela.

Combate à dengue em Fortaleza: Operação Fronteira

Próximo ao Terminal da Messejana, na fronteira entre a capital cearense e Maracanaú, 175 quarteirões e 10.512 imóveis foram visitados e vistoriados até ontem, sexta, 1º. A parceria integra conjunto de ações contra arboviroses.

Cerca de 250 agentes de combate a endemias (ACE) de Fortaleza participaram da operação, com a eliminação manual dos focos e aplicação de larvicida biológico nos armazenamentos d'água e aerosystem intradomiciliar, além de medidas de educação em saúde com visitas aos imóveis.

Dando continuidade às ações nos limites entre as cidades, as próximas atividades serão realizadas em conjunto com o município de Caucaia.