Vítima pode perder glúteo após "harmonização de bumbum" em clínica clandestina
Mulheres eram submetidas a procedimento irregular há pelo menos cinco anos. Uma massoterapeuta era responsável por aplicar anestesias e consultar pacientes. Uma delas está internada e outra apresentou necrose
20:11 | Mar. 01, 2024
Após passar por um procedimento estético, uma mulher de 38 anos que aplicou uma substância irregular por meio de uma clínica clandestina pode perder o glúteo. A vítima procurou a delegacia três meses após o procedimento e foi internada no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Dois suspeitos de manter uma clínica clandestina responsável pelo procedimento foram presos na quinta-feira, 29. Eles foram soltos, nesta sexta-feira, 1º, em audiência de custódia.
Matheius Lean de Menezes Victor e Maria Roziane dos Reis Maia foram presos em flagrante pela Polícia Civil do Ceará durante a investigação do 5º Distrito Policial. Os dois são apontados por manter uma clínica clandestina de estética, no entanto foram soltos pela Justiça durante audiência de custódia.
De acordo com o delegado Valdir Passos, a mulher possuía formação em massoterapia, mas realizava procedimentos estéticos, médicos, aplicava anestesias e consultava as pacientes que buscavam a unidade localizada no bairro Dendê, em Fortaleza.
Os dois não informaram como adquiriam os produtos. A clínica prometia uma "harmonização de bumbum" e possuía mais de cinco mil seguidores. Além disso, era divulgada por influenciadores digitais que se submetiam aos procedimentos.
A aplicação de uma das vítimas custou R$ 8 mil e quando ela procurou o estabelecimento para relatar as complicações que apresentou, a mulher teria informado que a culpa foi da própria paciente, pois não teria cumprido o pós-procedimento de maneira correta.
A paciente teve suturas nos glúteos, febre e a presença de pus. Mesmo com antibióticos, ela não apresentou melhora. Conforme o delegado Valdir Passos, a mulher foi internada e vai passar por uma cirurgia de raspagem "até o osso e perderá o glúteo".
Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na clíníca, que teve a ação da vigilância sanitária e da Polícia Civil, foi constatada a presença de material vencido, seringas reutilizadas e ainda de produtos com armazenamento irregular.
Uma segunda vítima, que também prestou depoimento, estava com o glúteo em processo de necrose. Ela também teria relatado à Polícia que procurou a clínica, mas foi informada que também era a principal culpada do resultado negativo do procedimento.
A Justiça concedeu a liberdade provisória aos dois mediante o pagamento de fiança de 10 salários mínimos para cada um dos autuados. Ambos foram submetidos a medidas cautelares, entre elas não realizar qualquer atividade relacionada a procedimentos estéticos ou médicos e fechar a clínica onde eram realizados os procedimentos da investigação. Os dois serão monitorados por tornozeleira eletrônica.