Pedalando à vista do mar: Grande Mucuripe recebe festival Bike Arte

A iniciativa reuniu a população local do bairro fortalezense durante o final de semana, incluindo oficinas, apresentações e roda de samba

Faz calor na praça Castelo Encantado, situada no Grande Mucuripe, mas uma criança brinca de empinar a sua bicicleta, como se ignorasse o sol. É o último domingo de fevereiro, 25, e o Festival Bike Arte Brasil transforma o veículo em protagonista.

“A gente tem aqui na comunidade uma presença muito grande de coletivos de bike”, destaca Gabriel Pig, que se une à produção do projeto. O artista visual ainda adiciona que a escolha das oficinas e suas temáticas se relacionou com o próprio nome do evento, Bike Arte.

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A coordenadora do projeto, Carol Pires, explica que o Bike Arte Brasil foi idealizado pelo Instituto Aromeiazero, cujo foco é trabalhar com a mobilidade urbana por meio da bicicleta. “(O Instituto) viu um potencial para ocupar as ruas de bairros periféricos, de vários territórios, para dialogar com a cidade”, completa.

Em sua terceira edição na capital do Ceará, Fortaleza, o  evento com foco na valorização da bicicleta vai além de abordar a serventia para a locomoção diária. A proposta é transformar a bike em um instrumento de lazer, reunindo familiares e amigos.

É o caso de Cláudia Amorim, técnica de enfermagem, que decidiu acompanhar o sobrinho na hora de consertar a bicicleta. “A mãe dele trabalha e eu vim acompanhar. Cheguei ontem, vim hoje de novo, e tá sendo o máximo”, relata.

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O responsável pelos consertos, Evanésio, está rodeado por crianças e adolescentes, todos aguardando a sua vez, mas não deixa de comentar sobre as impressões pessoais do Bike Arte: “São vários (meninos) se divertindo, andando de bicicleta, interagindo, participando de outras atividades que tem aqui, como o grafite”.

E se o problema é aprender a andar de bicicleta, o festival não pretende deixar nenhum futuro ciclista de lado. Em parceria com o Bike Anjo Fortaleza, que se dedicar a ensinar todos os públicos a andar de bike, a praça se tornou também um local de aprendizado para crianças, jovens e até adultos.

A estudante Rebeca Drummond destaca que o festival está promovendo o entretenimento na comunidade e se mostra nervosa, mas animada, em conseguir andar de bike. “Eu pretendo aprender agora. Estou muito animada para talvez aprender a andar”, sorri, enfatizando o talvez.

"A gente veio para um lugar que a gente ainda não tinha vindo. Então o Bike Anjo tá conhecendo a comunidade e a comunidade tá conhecendo o Bike Anjo", relata Felipe Alves, coordenador do projeto em Fortaleza.

"Uma coisa interessante que a gente percebeu foi que a maioria das crianças daqui, talvez por ter mais costume de brincar na rua, a maioria já sabe pedalar", explica.

Pedalando à vista do mar: além da bicicleta, a arte colorindo a comunidade

Não é preciso se esforçar para, caminhando ao redor da praça, vislumbrar o mar. Ele se estende como um cartão-postal do bairro, decorado por barcos que ora se tornam visíveis, ora viram pontos à medida que velejam.

Entre os ciclistas mirins ziguezagueando no entorno do Castelo Encantado, as construções que circundam o espaço começam a receber salpicos de cores. A cortesia é feita por artistas que realizam oficinas para o Bike Arte Brasil e agora transformam as casas em uma segunda vista, “rivalizando” com o apelo das ondas do mar.

“(A recepção) foi bastante calorosa. As crianças têm interagido muito e estão super-instigadas para pintar”, diz Letícia Oliveira, responsável pela oficina de grafite, antes de apontar para o trabalho: “Esse painel elas que elaboraram e estou aqui dando os retoques”.

Para a artista visual Dhiovana “Dhiow” Barroso, realizar seu trabalho em comunidades é sempre um motivo de animação. “As pessoas recebem a gente muito bem, têm um cuidado mesmo com a gente”.

“Sempre que eu pinto na rua existe essa troca com a comunidade, com as pessoas passando. Existe essa troca de sentimentos, as pessoas passam e perguntam: ‘o que você tá pintando?’”, completa Dhiow.

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