PM baleado na Barra do Ceará é preso suspeito de integrar organização criminosa
Igo Jefferson Silva de Sousa é investigado por crimes como extorsão, tráfico de drogas e homicídio
20:08 | Fev. 23, 2024
Um dos policiais militares baleados no bairro Barra do Ceará, em Fortaleza, no último sábado, 17, foi preso nessa quarta-feira, 21. O cabo Igo Jefferson Silva de Sousa é suspeito do crime de integrar organização criminosa, a partir de uma investigação feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).
O caso tramita em segredo de Justiça. O PM foi baleado no maxilar e continua internado no Instituto Dr. José Frota (IJF). A Polícia Militar informou que ele encontra-se sob escolta policial. Outros cinco PMs foram baleados na mesma ação.
Como O POVO mostrou no sábado, 17, existe a suspeita de que os policiais haviam ido, por conta própria e de folga, realizar buscas por integrantes de uma facção criminosa que havia ameaçado-os. Um dos PMs baleados, porém, disse que foi vítima de uma tentativa de assalto.
Leia mais
O POVO apurou que a organização criminosa da qual Igo Jefferson é suspeito de integrar teria envolvimento com crimes como extorsão, tráfico de drogas e homicídios.
Em nota, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) informou que a Delegacia de Assuntos Internos (DAI) foi quem cumpriu o mandado de prisão preventiva contra o cabo.
A CGD disse que apura os fatos na seara disciplinar. "Ressalta-se que os procedimentos administrativos, instaurados anteriormente em desfavor do policial, encontram-se em fase de instrução processual e seguem o ordenamento jurídico, assegurando os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa", informou a pasta.
Ele já havia sido alvo de uma outra operação, também envolvendo uma organização criminosa composta por PMs. Na operação Interitus, deflagrada pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD), Igo foi acusado de integrar um grupo criminoso liderado pelo soldado José Otaviano Silva Xavier.
“Ei, macho, eu queria só, que tivesse só mais três caras de coragem que eu ia lá era de Polícia Civil , metia o pezão na porta e arrastava, pegava as armas, pegava tudo, ainda detonava um ou outro que tivesse lá dentro”, disse o soldado Xavier em um áudio obtido pela investigação.
“É porque, macho, a Polícia se acabou, tanto os de folga não tem mais, que quando era no tempo dos meninos...ah, se o MESQUITA (Marcus Vinícius Linhares Mesquita, também alvo da operação Interitus) e o IGO (Jefferson Silva de Sousa) tivesse aqui na área...que era só falar. Não tem mais não, macho, acabou”.
O POVO entrou em contato com o MPCE para obter mais informações sobre a prisão do cabo e atualizará esta matéria assim que obtiver resposta.