Após desabamento com vítimas em Fortaleza, Defesa Civil interdita casas do entorno
Residências que ficam no entorno da casa que desabou foram interditadas, atingindo cerca de 10 famíliasApós o desabamento de duas casas que deixou quatro feridos na manhã desta segunda-feira, 19, no bairro Cais do Porto, em Fortaleza, a Defesa Civil interditou as residências que ficam no entorno, que também apresentam risco de desabamento.
De acordo com Heraldo Pacheco, coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, as residências são “Kitnets" alugados, com tamanhos distintos, e os especialistas estão verificando a situação de cada uma.
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“Nesse momento, nós estamos verificando o risco de cada edificação para determinarmos e verificar quais vão ser interditadas ou não [...] Nós vamos fazer o nosso laudo, mas, primeiramente, estamos verificando para poder ajudar as pessoas, depois retirarmos e analisar com mais calma”, explicou.
O coronel aponta que o quadrilátero já será interditado, incluindo três unidades: duas residenciais e um ponto comercial, totalizando em torno de dez famílias.
“Dentro da percepção dos nossos agentes, existe um risco de desabamento secundário. Então, temos que, primeiro, preservar a vida dos moradores”, finalizou.
Os moradores estão sendo orientados a irem para abrigos solidários, casa de familiares e amigos, ou, dependendo da situação, aluguel social. A Prefeitura de Fortaleza também irá auxiliar com cestas básicas, colchões e lonas.
O desabamento ocorreu na madrugada desta segunda-feira e quatro vítimas foram resgatadas, uma delas em estado gravíssimo.
Francisco de Oliveira, de 42 anos, mora há 8 meses na vila localizada próximo às duas casas que desabaram. A residência dele também foi atingida, afetando o teto que desabou em dois cômodos, além de rachaduras.
“Eu me levantei para ir ao banheiro. Assim que eu me deitei, escutei aquele estrondo. Eu corri e nem tinha percebido, quando eu botei a lanterna, [vi] que tinha caído o telhado deles e o pessoal do outro lado agonizando e pedindo socorro”, contou.
Alexsandro Santos da Fonseca, de 29 anos, também é morador do local, mas não estava em casa no momento do desabamento. Porém, a casa dele foi atingida e ele aponta que perdeu os pertences devido à ocorrência.
“Eu não consigo nem olhar, me dá uma tristeza [...] Perdi as minhas coisas lá dentro e o meu gato que estava lá dentro e deve ter morrido. Com certeza deve estar lá debaixo”, afirmou.
O secretário municipal da Gestão Regional, Ferruccio Feitosa, disse que a análise inicial aponta que a chuva registrada nessa madrugada na Capital somada à falta de manutenção do imóvel pode ter causado o desabamento.
“Tudo indica que o que ocorreu aqui no imóvel e na parte de trás ruiu por conta de uma construção antiga e sem as devidas manutenções. Na rua não houve alagamento. De fato, nós tivemos uma chuva de quase 90 milímetros e muito intensa, com muitos ventos. Então, o que ocorreu nesse desabamento foi a consequência de uma chuva forte com vento e uma construção que não passou pelas manutenções devidas”, destacou.
Ferruccio Feitosa também enfatiza que a Defesa Civil conversa com os moradores no local para convencê-los a deixar as casas e seguir para um local que será disponibilizado pela Prefeitura.
As quatro vítimas do desabamento, dois homens e duas mulheres, foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros e encaminhadas ao Hospital Instituto Dr. José Frota, onde estão sendo acompanhadas pelos especialistas da unidade e realizando exames.