Missa de Quarta-feira de Cinzas: dom Gregório frisa a importância de "olhar para o outro"
Momento dá início ao tempo da Quaresma e conta com o ato sacramental de se passar cinza nas testas de devotos, no formato do sinal da cruzMarcando o ínicio da Quaresma, a missa da Quarta-feira de Cinzas ocorreu hoje, 14, em Fortaleza. Na Catedral Metropolitana, a celebração foi presidida pelo arcebispo Dom Gregório Paixão, que falou aos fiéis presentes sobre caridade e destacou a importância "de olhar para o outro".
Momento dá início ao tempo da Quaresma e conta com o ato sacramental de se passar cinza nas testas de devotos, no formato do sinal da cruz, em um gesto que significa que "viemos do pó e ao pó voltaremos". Período, de preparação para a Páscoa, tem como pontos o jejum, a oração e a esmola.
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Quem dá a explicação é Dom Gregório, que celebrou sua primeira missa de cinzas na Capital como arcebispo de Fortaleza. Antes da celebração começar, o clérigo falou ao O POVO sobre os fundamentos que norteiam a época e destacou a caridade como uma das ações necessárias de ser adotada por fiéis.
"De um modo especial esse ano a quarta-feira de cinzas deseja abrir o nosso coração para um olhar especifico sobre a caridade humana, sobre a caridade humana no coração das outras pessoas", diz.
"Caridade é fazer com que nós reconheçamos que não estamos no mundo sozinho (...) É cuidar daqueles que estão abandonados, quebrar as raivas que nós temos e lançar para fora de nós aquilo que realmente não serve (...) Existe uma caridade que a gente faz pelo outro (..) Mas tirar de nós aquilo que não serve também é uma grande caridade para nós mesmo", explica ainda o religioso.
Durante a missa, o arcebispo repercutiu a palavra para as dezenas de fiéis que se fizeram presentes. Na ocasião, o religioso falou aos devotos sobre a importância de "sair de si", "para ter essa grande alegria de enxergar que o outro não é nosso adversário, mas que sempre será verdadeiramente nosso irmão".
Fiéis enxergam no momento um "reencontro" com Cristo
Durante o sermão, dezenas de fiéis mantinham os olhos no arcebispo e acolhiam suas palavras com devoção. Dentre eles estava Jorge Helder, 36, que foi para a igreja acompanhado da esposa e dos filhos.
"A quaresma é um caminho de retorno. É um tempo de silenciar mais, olhar para o nosso interior, conhecer quem somos e quem Cristo é", destaca o gestor de compras.
Para Nara Castro, 31, missionária da Shalom, o período é um tempo propício "para se aprofundar mais ainda em oração e buscar cada vez a santidade". "É sempre um recomeçar, porque na verdade o mundo nos rouba muito de Deus, em vários aspectos. É como um pecador que volta a casa de Deus", destaca.
Diferente de Jorge e Nara, André Santos, 42, assistiu a missa do lado de fora do local. Encostado na parede, ele ouvia o arcebispo de forma tímida, confessando que aquele era seu retorno a igreja, pois precisou se afastar devido a problemas pessoais. "Para mim (estar aqui hoje) é uma maneira de não abandonar completamente a Eucaristia", confessa o empreendedor, dono do "Baiano Lanche".
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