Em meio a conflito de facções, moradores deixam o Alamedas das Palmeiras

Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), familiares de suspeitos de integrarem grupos criminosos decidiram retirar-se do local

Há cerca de duas semanas, moradores têm deixado o residencial Alameda das Palmeiras, localizado no bairro Pedras, no limite de Fortaleza com Itaitinga, devido à guerra entre facções na comunidade. 

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), levantamentos da Polícia Militar indicam que “familiares de suspeitos de integrarem grupos criminosos decidiram se retirar” do local.

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O POVO apurou que saída dos moradores ocorre em um contexto de acirramento da disputa entre grupos criminosos no residencial. Na Alameda das Palmeiras, age a facção conhecida como Massa Carcerária, organização criminosa que surgiu após integrantes da facção Guardiões do Estado (GDE) deixarem este grupo.

A GDE, agora, quer retornar ao residencial, provocando tiroteios, homicídios e também expulsões de moradores. Pessoas que teriam parentes que integraram a GDE ou qualquer outro tipo de ligação com a facção teriam sido obrigados a se mudar de lá, para evitar sofrer retaliação.

Na última terça-feira, 6, um homem, identificado apenas como Edson, foi assassinado a tiros na Alameda das Palmeiras. No dia 3, um outro homicídio também foi registrado no residencial, deixando como vítima Caio Hilário Rodrigues, de 24 anos.

Em 24 de janeiro, um homem morreu em decorrência de intervenção policial. Conforme a Polícia Militar, uma equipe da Força Tática do 16º Batalhão de Polícia Militar (16º BPM) patrulhava as ruas do residencial quando foi alvo de disparos. Os PMs revidaram e um suspeito morreu. No dia 21, um outro homem também foi morto no Alameda das Palmeiras.

Ainda houve, em 3 de janeiro, o caso do adolescente Jeferson da Costa Silva, de 13 anos, retirado de dentro do apartamento onde morava no residencial e assassinado a tiros por homens desconhecidos. O corpo dele foi encontrado nas proximidades da Rodovia 4º Anel Viário.

Em nota, a SSPDS informou que atua no Alameda das Palmeiras por meio de equipes da PM e da Polícia Civil.

“O patrulhamento da PMCE no bairro Pedras é realizado por meio da 1ª Companhia do 16º Batalhão Policial Militar (1ª Cia/ 16º BPM), que dispõe de viaturas do Policiamento Ostensivo Geral (P.O.G) e da Força Tática (FT), além de equipes de motopatrulhamento e duas bases fixas na Alameda das Palmeiras, além de equipes do Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRAIO), Comando de Policiamento de Choque (CPCHOQUE) e Batalhão de Polícia de Trânsito Urbano e Rodoviário Estadual (BPRE)”, diz a nota da SSPDS.

“A pasta destaca que denúncias de ações criminosas podem ser comunicadas por meio do registro de um Boletim de Ocorrência (BO). O BO pode ser feito presencialmente, no 6° Distrito Policial (6° DP), unidade que apura crimes na região, ou por meio da Delegacia Eletrônica (Deletron), no site www.delegaciaeletronica.ce.gov.br, que atende todo o Ceará, a qualquer hora do dia ou da noite”.

Outros casos de expulsão no Alameda das Palmeiras

Não é a primeira vez que casos de expulsão de moradores são registrados no Alameda das Palmeiras. O POVO mostrou em matéria no último dia 10 de novembro que quatro homens foram denunciados por uma série de crimes no residencial, que incluíam expulsão de moradores e extorsão de comerciantes.

Entre os casos registrados na investigação do 6º DP está o de um homem que foi expulso da Alameda das Palmeiras após começar a trabalhar em um bairro que tem atuação de uma facção rival à que então agia no residencial.

“Um outro relato obtido na investigação é de que os criminosos obrigaram moradores a assinar documentos, como se estivessem transferindo a posse do apartamento, sob pena de serem mortos”, mostrou a matéria.

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