Navio espanhol de 97 anos recebe visitação do público, em Fortaleza

O Navio-Escola Juan Sebastían Elcano, da Marinha da Espanha, ficou aberto para visitação nesta segunda-feira, 12, no Porto de Fortaleza, localizado no bairro Mucuripe, e foi uma opção a mais para curtir o recesso de Carnaval.

A embarcação, que tem 97 anos de idade, é uma das mais conhecidas na Europa por já ter dado a volta ao mundo 11 vezes. A Capital do Ceará será a única cidade brasileira visitada pelo veleiro.

A embarcação partiu das Ilhas Canárias, na Espanha, no dia 13 de janeiro e chegou em Fortaleza no domingo, 11.

Da Capital, os espanhóis devem seguir rumo à Santo Domingo, capital da República Dominicana, nos próximos dias, segundo informações de Gonzalo Liaño Ruiz, marinheiro responsável pela comunicação do navio.

O veleiro, como o próprio nome já indica, serve para que jovens marinheiros ganhem experiência no mar. “[O objetivo] é a instrução. A gente aprende como é o trabalho em um navio”, destaca Gonzalo.

O nome da embarcação também faz alusão a Juan Sebastían Elcano, um navegador espanhol que viveu entre 1476 e 1526. Ele ficou conhecido por ser o capitão da expedição que completou a primeira circunavegação ao redor do globo.

A estrutura ficou aberta para visitação em um único dia, nesta segunda-feira, 12, das 11h às 17h30. O cadastro funcionou por meio de um sistema de agendamento prévio. Mais de 1200 pessoas se inscreveram em menos de duas horas.

Visitação reuniu idosos, adultos e crianças

Alan Bastos, 35, e Maria Maia, 36, descobriram que o navio viria à Fortaleza pelas redes sociais. Eles, então, decidiram levar a filha, Júlia, 2, até o local. “Acho legal ela conhecer o navio. Ela ainda nunca tinha visto um”, diz o pai.

No ano passado, o casal tentou visitar o navio italiano Amerigo Vespucci, que esteve na Capital em outubro de 2023, mas não conseguiram vagas. Nesta segunda de Carnaval, no entanto, eles puderam vivenciar a experiência. “É bem interessante. Nunca tinha visto Fortaleza por esse ângulo”, adiciona Alan.

Daniel Santana, 29, é carioca e mora em Fortaleza desde o ano passado. Ele é militar e ficou sabendo sobre a embarcação no trabalho. Aproveitou o recesso e foi, junto com a esposa e a filha, até o local. “É muito bom. A gente já tinha vontade de conhecer essa parte [da cidade] e se uniu com poder conhecer o navio”.

Parecido com Daniel, Leonardo Bernard, 46, é de São Paulo e está de mudança para Fortaleza. Ele participou da visitação com a esposa e os dois filhos.

“Foi bem interessante, diferente. Acho que os meninos também gostaram. Serviu para o aprendizado. É um navio que não tem muitos por aí. É antigo e é um navio-escola, para aprender. Foi bem legal”.

Outra pessoa que aproveitou o Carnaval para conhecer a embarcação foi Marcos Aurélio, 43. Ele também tentou visitar o navio Amerigo Vespucci no ano passado, mas acabou não conseguindo por conta do trabalho. “O plano antigo não deu certo, mas esse daqui foi bacana”.

O que mais agrada Marcos é a possibilidade de conhecer um pedaço da história. “Isso tudo fascina a gente, o mundo pirata, a vinda até as américas, essa questão toda. Tudo isso daqui faz parte. Foram em navios parecidos com esse que começou toda essa exploração”, adiciona.

Nova organização evitou filas

Para evitar filas e confusões, a Companhia Docas do Ceará (CDC) repetiu um sistema de agendamento prévio utilizado na visita do Navio Aeródromo Multipropósito Atlântico, que aconteceu em janeiro.

“Naquela oportunidade, a organização, que contou com a parceria da Marinha do Brasil, permitiu que milhares de pessoas pudessem conhecer o maior navio de guerra da Marinha do Brasil, sem precisar enfrentar filas”, destaca Lucio Gomes, presidente da CDC.

Elas fizeram o cadastro na internet, escolheram o horário e vieram na hora agendada, sem qualquer tipo de transtorno, adiciona o presidente.

Trajeto do navio

• Ilhas Canárias, Espanha;
• Fortaleza, Brasil;
• Santo Domingo, República Dominicana;
• Manzanillo, México;
• San Diego, EUA;
• Balboa, Panamá;
• Nova Orleans, EUA;
• Boston, EUA;
• Londres, Reino Unido.