Professores da rede municipal decidem encerrar paralisações em Fortaleza
Categoria optou pela continuidade das mobilizações com agenda de protestos mensais. Decisão foi tomada em assembleia geral na manhã desta quarta, 7
10:58 | Fev. 07, 2024
Os professores da rede municipal de Fortaleza decidiram pela suspensão das paralisações da categoria, durante assembleia geral na manhã desta quarta-feira, 7. A categoria vinha fazendo agenda de mobilizações para reivindicar reajuste salarial direto de 10,09%, a fim de aumentar o piso para R$ 4.580,57.
Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação do Ceará (Sindiute), apesar do fim das paralisações, as mobilizações vão continuar com protestos mensais ao longo do ano.
"Os educadores deliberaram pela criação de estratégias para dar continuidade à luta pelas demandas não atendidas pela Prefeitura nesta primeira fase de negociações", aponta.
O prefeito José Sarto comemorou a decisão durante evento de entrega do posto de saúde itinerante do Programa Vem Saúde, na manhã desta quarta, no Jóquei Clube.
"Estão voltando já amanhã [8/2], vão repor as aulas que deixaram de acontecer, nós nos propusemos e eles aceitaram, 3,62% retroativo a janeiro, lembrando que. Olha só, o governo federal deu 3,62%, o Governo do Estado está calado, e nós, 3,62% retroativo a janeiro, mais 1% começando em junho, mais 5% de incorporação da regência de classe, mais 10% de aumento nos vales-refeição, dá 10,37% de aumento", disse.
Segundo ele, a categoria merece o reajuste. "Se eu pudesse eu dava mais, mas a gente foi, passou uma semana trabalhando [...] É um reconhecimento, agradecimento em nome das nossas crianças, da nossa garotada que está nas creches."
Leia mais
-
Professores protestam na Câmara e são recebidos por comissão de vereadores
-
Professores de Fortaleza percorrem ruas em manifestação por reajuste salarial
-
Professores de Fortaleza continuam com agenda de paralisação nesta semana
-
Professores de Fortaleza recusam proposta de reajuste e devem seguir paralisação
O Sindiute destaca que já foram garantidos o reajuste de 4,62% (3,62% em janeiro e o restante, mais 0,965%, aplicado a partir de junho), a incorporação de 5,5% da regência de classe ao salário base dos professores e o ajuste de 10% no auxílio alimentação.
O calendário de mobilizações mensais têm o objetivo da categoria alcançar "incorporação dos 14,5% restantes da regência de classe; assegurar licença-prêmio e anuênio para os professores aprovados no concurso de 2022; incluir os funcionários de escola no Plano de Cargos, Carreiras e Salários da Educação; aplicar a CLT aos professores substitutos; alcançar o reajuste complementar de 7,64%; elevar o teto de isenção da contribuição previdenciária e reintroduzir cargos de técnicos em educação que foram eliminados em administrações anteriores".
Proposta da Prefeitura
Na última sexta-feira, 2, o prefeito de Fortaleza havia anunciado proposta de reajuste salarial de 10,37% para professores municipais de Fortaleza.
A proposta do Executivo era de um reajuste salarial inicial de 3,62% retroativo a janeiro de 2024, aumentando para 4,62% a partir de junho, quando será adicionado o percentual de 0,965% para alcançar o índice da inflação acumulada de 2023, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Na época, o Sindiute informou que 5,5% do reajuste proposto pela gestão não seriam de acréscimo real, mas "transformação de uma bonificação em direito garantido".
Na proposta apresentada pela gestão, está inclusa a incorporação ao salário dos educadores de pelo menos 5,5% da regência de classe, que hoje constitui uma gratificação de 20%. Com essa alteração, o percentual da nova regência passa a ser de 14,5%.
Ao O POVO, a vereadora Professora Adriana Almeida havia dito que os 10% pedidos pela categoria se referiam a um ganho real, incluindo a proposta do piso a nível nacional, de 3,62%, além de uma defasagem desde 2017. “O prefeito deixou de repassar o reajuste de 7,9% em 2017. Isso acumulou. Hoje nossa exigência é 10,09% em cima disso”, afirmou.
Segundo ela, a sugestão de Sarto inclui a incorporação de um valor da regência de classe, benefício dos professores que trabalham efetivamente na sala de aula. O valor é de 20% e não está no vencimento base. A proposta, segundo a vereadora Adriana, tira 5,5% desse valor e o coloca no vencimento.
Com informações das repórteres Lara Vieira e Ludmyla Barros
Atualizada às 11h17min