Professores de Fortaleza percorrem ruas em manifestação por reajuste salarial
Categoria está em greve desta a última terça-feira, 30, e devem continuar com a paralisação até a próxima quarta-feira, 7
09:51 | Fev. 05, 2024
Os profissionais da Educação da rede municipal de Fortaleza percorreram na manhã desta segunda-feira, 5, as ruas da Capital em manifestação pelo reajuste salarial. Os professorem iniciaram ato em frente à Coordenadoria de Gestão de Pessoas, da Secretaria Municipal de Educação, (Cogep/SME), no bairro Dionísio Torres, por volta das 9 horas, e seguiram até a sede da SME.
A ação fez parte da agenda de paralisação da categoria prevista para esta semana, que tem atividades agendadas até a próxima quarta-feira, 7. Mais de cem profissionais da educação e representantes do Sindicato União dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute) marcaram presença na manifestação, que foi encerrada por volta das 10 horas.
Os professores reivindicaram reajuste salarial direto de 10,09%, elevando o piso para R$ 4.580,57. De acordo com a categoria, são 3,62% referente a 2024 e outros 7,64%, pendente desde 2017. Na última sexta-feira, 2, o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), propôs reajuste parcelado de 10,3%.
Foi apresentado que, inicialmente, seria pago 3,62% neste mês em referência a janeiro deste ano. O recente seria pago a partir de junho: um adicional de 0,965% ao percentual; incorporação de 5,5% da regência de classe, benefício que equivale a uma gratificação de 20% do salário. Com a proposta, o novo percentual da regência passaria a ser de 14,5%.
De acordo com a presidente do Sindicato União dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute), Ana Cristina Guilherme, a decisão de manter a paralisação da categoria reflete na insatisfação da proposta apresentada pela prefeitura. "Se suspende, dá impressão que o prefeito atendeu o que estávamos reivindicando", comenta.
Ainda segundo a representante da categoria, a gestão municipal suspendeu, no mês passado, o pagamento das pecúnias. Em reunião na sexta-feira passada, Sarto destacou que o valor mensal a ser pago do benefício será definido até o final de fevereiro. "A gente quer que a prefeitura nos deem uma data até quarta-feira do retorno do pagamento das pecúnias", espera Cristina.
Outras demandas cobradas pelos profissionais é a recriação dos cargos de técnicos; a revogação da lei que retirou dos novos professores o direito à licença-prêmio; a elevação do teto de contribuição dos aposentados e a aplicação da CLT para os assistentes e professores substitutos.
Para o professor Jander Teixeira, 37, a manifestação é para além do pedido do reajuste salarial, mas um ato de defesa de melhorias na educação e destaca a proposta apresentada da gestão.
"Eles acham que não sabemos fazer conta. Não foi dado os 10%, apenas 4% ainda dividindo. Os 5% que ele [Sarto] diz está dando, na verdade, ele está tirando um valor que já é nosso. Se não gritarmos, vamos perder a cada dia mais direitos", comenta.
A professora Simone Teixeira, 38, comenta que o movimento reflete a importância de mostrar que a Prefeitura de Fortaleza não valoriza o trabalho da educação. "Estamos reivindicando pelo o nosso piso salarial, que é um direito constitucional e que o prefeito Sarto não está respeitando", pontua.
Conforme a agenda de paralisação dos professores, a próxima atividade está prevista para acontecer nesta terça-feira, 6, na Câmara Municipal de Fortaleza, desta vez, para reivindicar a recriação dos cargos de técnicos, revogação da lei que retirou dos novos professores o direito à licença-prêmio, elevação do teto de contribuição dos aposentados e aplicação da CLT para os assistentes e professores substitutos.
Continuação da greve dos professores deve ser definida na próxima quarta, 7
Na próxima quarta-feira, 7, a partir das 8 horas, os professores da rede municipal de ensino juntamente com o Sindiute realizaram uma nova assembleia na Escola Filgueiras Lima, no bairro Jardim América, para definir se a categoria continua ou suspende a paralisão das atividades em Fortaleza.
A decisão deve ocorrer mesmo sem a Prefeitura de Fortaleza apresentar uma nova proposta que atenda as reivindicações dos professores. É o que disse a presidente do Sindiute, Ana Cristina Guilherme. "Os professores estão muito ávidos de retornar as salas de aula. A categoria deve avaliar um recuo, mas com data de continuidade de paralisação mensal. Vamos passar o ano lutando", garantiu.
As aulas da rede municipal de ensino estavam previstas para retornar no último dia 30 de janeiro, início do ano letivo. No entanto, com a greve dos profissionais, as aulas foram suspensas até o momento.
Confira agenda da paralisação dos professores:
- Segunda-feira, 5: marcha da Coordenadoria de Gestão de Pessoas (Cogep) até a SME.
- Terça-feira, 6: visita à Câmara Municipal para cobrar a recriação dos cargos de técnicos, revogação da lei que retirou dos novos professores o direito à licença-prêmio, elevação do teto de contribuição dos aposentados e aplicação da CLT para os assistentes e professores substitutos.
- Quarta-feira, 7: nova Assembleia às 8 horas, na EMTI Filgueiras Lima, no bairro Jardim América, para definir os rumos da luta.
Atualizada às 13h39min