Feminicídio: "Ele matou a minha mãe", disse criança ao abrir porta para policiais
Mulher foi morta no bairro Luciano Cavalcante na presença do filho, uma criança de 11 anos de idade, ao tentar ir embora de casa
21:43 | Fev. 01, 2024
O educador físico preso suspeito de feminicídio ocorrido nessa quarta-feira, 31, no bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza, que vitimou uma representante comercial, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva nesta quinta-feira, 1º, durante audiência de custódia. A mulher foi morta a facadas quando tentava ir embora de casa levando os pertences.
Conforme a decisão judicial obtida pelo O POVO, os agentes de segurança que chegaram até a residência foram recebidos pelo menino, filho do casal, que estava sujo com o sangue da mãe e quando abriu o portão para os policiais apontou para o pai. "Olha o que ele fez com a minha mãe, ele matou a minha mãe", afirmou.
De acordo com a decisão judicial, a criança demonstrou ter consciência do que aconteceu e vai levar consigo a lembrança traumática de ter presenciado o próprio pai tirar a vida da mãe.
"Essas circunstâncias revelam, repita-se, o acentuado grau de periculosidade do ora conduzido e demonstram frieza e desajuste comportamental, sendo possível conceber que, solto, poderá voltar a ter atitudes socialmente perigosas, tornando-se imperiosa a custódia preventiva", apontou a decisão.
De acordo com os autos, o educador físico matou a mulher com várias facadas, supostamente por não aceitar o fim do relacionamento e a separação. Antes de matar a mulher, o homem pediu que o filho do casal entrasse no automóvel e fechasse as portas, colocasse fontes de ouvido e deixasse o volume alto.
"O menino relatou que os primeiros golpes foram com uma faca menor e depois o pai trocou por uma faca maior, o que demonstra que o flagranteado estava mesmo disposto a tirar a vida da vítima", afirma a decisão do juiz.
Depois de ver a mãe ensanguentada, a criança saiu do carro e gritou pedindo ajuda. O homem foi preso em flagrante e a faca usada no crime foi apreendida.
Os nomes da vítima e do suspeito preso não são divulgados para não identificar a criança.