Professores da rede municipal de Fortaleza mantêm paralisação até sexta, 2
Profissionais reivindicam reajuste salarial, aumento do teto de isenção para aposentados, dentre outras pautas; representantes de sindicato estão confiantes sobre acordo
13:55 | Jan. 30, 2024
Os professores da rede pública de ensino de Fortaleza decidiram manter a paralisação aprovada na última segunda-feira, 29, até sexta-feira, 2. A decisão foi tomada em assembleia do Sindicato União dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute), realizada no fim da manhã desta terça-feira, 30, em virtude das reivindicações feitas pela categoria, como reajuste salarial, aumento do teto de isenção de impostos para aposentados e outras demandas.
A data definida para reavaliação da suspensão das atividades escolares coincide com o prazo dado pela Prefeitura para a apresentação de uma proposta em relação às demandas dos professores.
Leia mais
Dentre os principais pontos apresentados pelos professores, estão a adequação da remuneração municipal ao piso nacional do magistério, atualmente estabelecido em R$ 4.580,57. Os educadores cobram um reajuste de 10,09% no salário, que, segundo a categoria, é o acumulado do reajuste deste ano, somado a valores não repassados ainda na gestão do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT).
“Protocolamos o pedido de audiência e esperamos o janeiro todo, tudo para evitar o não início do ano letivo. É importante que se diga que quem gosta de aluno é professor, e quando a gente perde alguns dias, o sacrifício da reposição, nós é quem pagamos”, afirma a presidente do Sindiute, Ana Cristina Guilherme.
Em publicação nas redes sociais na noite de segunda-feira, 29, o prefeito José Sarto (PDT) afirmou que a gestão prioriza a Educação e que 27,51% do orçamento da Capital vai para este segmento. "Outro dado importantíssimo: do ano passado pra cá, a folha de pagamento dos professores aumentou em 20%".
Reivindicações da categoria
Além do reajuste salarial, os profissionais da educação cobram o aumento do teto para os descontos, referente às contribuições previdenciárias, no salário de professores aposentados. Segundo a categoria, o valor limite em Fortaleza foi fixado pelo prefeito José Sarto, ainda nos meses iniciais do mandato, em R$ 2.220, abaixo do valor máximo em território nacional, de R$ 7.780.
A proposta apresentada pelo Sindiute ainda contém demandas sobre a inclusão de dois mil professores, convocados há cerca de um ano, no pagamento de anuênios e licenças-prêmio e recriação do cargo de técnico em educação.
A categoria também pede: adição dos funcionários de escola no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da Educação, aplicação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para os professores substitutos e a realização de concursos públicos para professores, técnicos, supervisores e orientadores.
Por fim, os professores exigem o pagamento do precatório do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), pendente, segundo o Sindiute, desde 2015.
Sindicato espera resolução rápida
Apesar das diversas cobranças feitas à Prefeitura de Fortaleza, a presidente do Sindiute se diz esperançosa pelo fim próximo da paralisação. Segundo Ana Cristina, os diálogos com o prefeito José Sarto, realizados após o início da paralisação, foram positivos e as partes podem chegar a um acordo em breve.
“A audiência com o prefeito foi muito boa. Ele anotou todos os pontos, a gente fez uma explanação ponto a ponto. A categoria deliberou a continuidade da paralisação, ainda não é greve, com uma assembleia na sexta-feira, após a [nova] audiência, quando a gente receber essa proposta”, acrescenta Ana Cristina.
Até a nova reunião na sexta, os profissionais cumprirão uma agenda de paralisações. Até o fim da semana serão realizados atos em vias públicas para divulgação da causa. Confira programação:
Calendário de Paralisações:
Quarta-feira, 31/1 - Passeata da Praça do Ferreira ao Gabinete do Prefeito
Quinta-feira, 1º/2 - Ato na Câmara Municipal
Sexta-feira, 2/2 - Ato em frente ao Gabinete do Prefeito para aguardar audiência e nova assembleia
Atualizada às 15h19