Facção teria determinado esquartejamento de mulher em Fortaleza por causa de emoji 

A mulher foi esquartejada, decapitada e passou por torturas dentro de um imóvel na Granja Lisboa. Em seguida o corpo foi abandonado em um terreno baldio

10:26 | Jan. 30, 2024

Por: Jéssika Sisnando
Terreno baldio localizado na rua Teodoro de Castro, na Granja Lisboa, onde o corpo foi encontrado esquartejado (foto: Via Whatsapp O POVO )

A cena que os moradores da Granja Lisboa, em Fortaleza, presenciaram na madrugada de segunda-feira, 29, foi de violência. Em um terreno baldio na rua Teodoro de Castro, que é passagem de estudantes e trabalhadores, um corpo do sexo feminino foi encontrado envolto a um lençol. O esquartejamento teria sido ordenado por causa de um emoji, conforme fonte da segurança pública. 

O POVO apurou que os criminosos verificaram a participação da mulher em um grupo de WhatsApp. O emoji com três dedos separados teria sido determinante para a decisão, pois remeteria à facção rival a deles. 

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso.

As equipes da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) deflagraram operação nessa segunda-feira, 29, na comunidade da Granja Lisboa, no intuito de encontrar os responsáveis pelo crime. 

Quando a Polícia Militar e a Perícia Forense chegaram ao local, algumas pessoas do bairro ainda permaneciam no local para tentar saber se conheciam a vítima.

A cena do cadáver com a cabeça ao lado do corpo, três dedos arrancados, sem um braço e dezenas de sinais de tortura, assustava os moradores.

O corpo ainda apresentava dezenas de perfurações a faca, e um coração com sangue foi desenhado na mulher, conforme apuração do O POVO

Vídeo mostra criminosos apontando emoji usado pela vítima

Vídeo obtido pelo O POVO mostra os criminosos, dentro de um imóvel, filmando o celular da vítima e apontando a suposta ligação dela a uma organização criminosa rival. Uma fotografia ainda mosta que eles seguram a cabeça da mulher após a decapitação. 

Os criminosos pertenceriam ao Comando Vermelho (CV), e a vítima estaria participando de um grupo de WhatsApp chamado "MP Vicente Pinzón", com participantes usando um emoji relacionado ao simbolo da facção Guardiões do Estado (GDE). A sigla tem três letras e é chamada, pelos facciconados, de "tudo 3". 

Na gravação, também é possível escutar várias vozes, e, ao encontrar a mensagem no celular, um dos criminosos xinga a vítima.

A mensagem no grupo apontava que os participantes eram moradores do "Beco do Mirante". Em um dos trechos da conversa no grupo, uma pessoa procurava uma conta bancária para comprar: "Quem tiver conta Inter para vender chega no meu PV". 

Canal de esgoto é usado como esconderijo

Os criminosos responsáveis pela tortura, execução e esquartejamento da mulher, ao perceberem a chegada da Polícia, teriam usado um canal de rede de esgoto na própria comunidade.

De acordo com a fonte de segurança, o local costuma ser usado como esconderijo e os criminosos entram nos canos para despistar os policiais. Uma das linhas de investigação aponta para o uso de um carrinho de reciclagem para a desova do corpo.