Professores de Fortaleza aprovam estado de greve pelo reajuste de 10,09%

Prefeitura tem audiência marcada com os representantes dos professores na tarde desta segunda, 29, e atividades serão paralisadas no 1º dia de volta às aulas nesta terça-feira

Os professores da rede pública de Fortaleza aprovaram estado de greve pela cobrança de reajuste salarial de 10,09%. A decisão ocorreu durante assembleia realizada pelo Sindicato União dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute), na manhã desta segunda-feira, 29, na Escola Municipal de Tempo Integral Filgueiras Lima, no bairro Jardim América, na Capital.

Durante o reunião da categoria, foi apresentado o cenário das reivindicações e uma votação foi realizada para adesão à greve, visto que, até o momento, não houve propostas da Prefeitura de Fortaleza sobre o reajuste. Uma audiência agendada pela gestão municipal para a manhã desta segunda-feira, cujo objetivo seria discutir o reajuste, foi reagendada para às 15 horas de hoje, no Paço Municipal. 

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Uma nova assembleia dos professores já foi marcada para esta terça-feira, 30, às 8 horas, na escola Filgueiras Lima, para discutir os resultados da audiência com o prefeito José Sarto. Os educadores devem paralisar as atividades no primeiro dia de volta às aulas em Fortaleza, nesta terça.

De acordo com a presidenta do Sindiute, Ana Cristina Guilherme, o pedido de reajuste é para atingir o piso nacional, fixado em R$ 4.580,57, que é o de início de carreira da categoria. “A legislação obriga e não faculta o prefeito a conceder ou não [piso]. O reajuste é emergencial”, destacou.

Ainda segundo Ana Cristina, as discussões com a Prefeitura vêm sendo demandas desde dezembro e o reajuste deveria ter sido implementado no início do ano. A porcentagem cobrada pela categoria da educação inclui o reajuste do piso de 2017, no valor de 7,64%, somado aos 3,62% referentes a 2024.

“Se ele me entregar alguma proposta, a gente vai estar aqui defendendo no cumprimento da lei, agora se não tiver, é greve”, afirmou a presidenta do Sindiute. A representante ainda destacou que há uma expectativa para que o reajuste seja feito, neste ano, em virtude do ano eleitoral.

A professora Ana Paula Oliveira, 35, destaca que o cenário representa uma situação precária nas escolas. “A gente tenta fazer um trabalho de excelência mesmo sem as condições necessárias. Muitas vezes, nós mesmos compramos nosso material. E a assembleia vem para contemplar várias pautas”, destaca.

Demais cobranças da categoria

Embora o foco principal seja o reajuste salarial dos professores da rede municipal de ensino, outras demandas estão sendo pautadas para negociação com a gestão municipal. Entre elas está a reprovação do desconto de 14% dos salários dos aposentados e exigência a restituição desse valor.

Outra pauta está relacionada a garantia de direitos iguais para os docentes aprovados no concurso de 2022, que perderam os direitos aos anuênios e à licença-prêmio.

A professora de Ciências, aprovada no último certame, Maya Eliz Sousa, 25, analisa que o concurso foi um projeto de retirada desses direitos e destacou a união da categoria nesse momento.

“A categoria está mobilizada mostrando o que é realmente se importar com a educação. Valorização do profissional docente é investimento em educação, cada um que tem sua valorização profissional trabalha melhor. A gente vai entrar em greve se for preciso”, comenta Maya.

Os profissionais também demandam a inclusão dos funcionários de escola no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da Educação, além da aplicação da CLT para os professores substitutos e a realização de concursos públicos para professores, técnicos, supervisores e orientadores.

Confira fotos da assembleia dos professores

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