PRF faz ação de conscientização sobre trabalho escravo na Rodoviária de Fortaleza

A ação ocorre em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, em 28 de janeiro

13:03 | Jan. 25, 2024

Por: Alexia Vieira
Ação no Terminal Rodoviário Engenheiro João Thomé buscou conscientizar população sobre o trabalho escravo contemporâneo (foto: Alexia Vieira/O POVO)

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez uma ação para conscientizar os passageiros do Terminal Rodoviário Engenheiro João Thomé, em Fortaleza, sobre a prevenção e combate ao trabalho análogo à escravidão, na manhã desta quinta-feira, 25.

Entregando panfletos e conversando com quem estava comprando passagens ou se preparando para viajar, agentes da PRF, do Ministério do Trabalho e da Secretaria dos Direitos Humanos (Sedih) falaram sobre como identificar vítimas e denunciar. A ação ocorre em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo (28 de janeiro).

“Pessoas em vulnerabilidade recebem propostas de trabalho que parecem muito boas em locais distantes, muitas vezes são seduzidas e acabam se sujeitando a isso. Como o transporte rodoviário interestadual de passageiros acaba sendo uma rota para isso, a gente escolheu o Terminal Rodoviário como local chave para conscientização desse tipo de crime”, diz o policial rodoviário federal Daniel Spinelli.

O que pode ser considerado trabalho análogo à escravidão?

O auditor fiscal do trabalho Daniel Barreto, também presente na ação, explica que existem quatro tipos de trabalho escravos mais registrados no Brasil:

  • Jornada exaustiva: quando o trabalhador não tem tempo de se recuperar da jornada de trabalho, podendo adoecer e até morrer. Geralmente é ligada a trabalhos braçais, como na construção civil e na zona rural.
  • Trabalho forçado: quando o trabalhador é obrigado a trabalhar contra a sua vontade.
  • Servidão por dívida: quando o empregador faz o trabalhador contrair dívidas cobrando por benefícios e direitos, como alimentação e alojamento. O salário pago nunca é suficiente para quitar, fazendo o trabalhador continuar na condição precária.
  • Condição degradante: quando o trabalhador é exposto a alojamentos precários, água não potável, local com risco de acidentes graves e fatais, alimentação ausente ou insuficiente.

Como denunciar trabalho análogo à escravidão?

É possível denunciar condições de trabalho análogas à escravidão pelo Disque 100, de forma anônima. A PRF também tem o próprio canal de denúncias, o 191. Também é possível ir até um dos postos da PRF registrar a denúncia.