Incêndio no Cocó: cerca de 300 mil litros de água foram utilizados para combater fogo

Principal estratégia para combater incêndio dependeu de trabalho braçal de bombeiros devido à densidade da mata

Em meio às mais de 100 horas de trabalho do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) no combate ao incêndio no Parque do Cocó, foram utilizados cerca de 300 mil litros de água, de acordo com o comandante-geral do CBMCE, coronel Cláudio Barreto. O recurso foi levado ao local do fogo por meio de helicóptero, de mangueiras ligadas às viaturas e em bombas costais carregadas pelos bombeiros.

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Segundo ele, o incêndio é considerado de grandes proporções e, por isso, foi preciso empregar milhares de litros de água. Com ajuda da aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), foi utilizado um Bambi Bucket.

O equipamento em formato de cesta é feito de lona e consegue despejar grande quantidade de água em focos de queimadas. Ele tem 500 litros de capacidade e foi despejado aproximadamente 80 vezes, segundo o coronel.

Helicóptero da Ciopaer com o Bambi Bucket acoplado. Equipamento tem capacidade de despejar 500 litros de água por vez em focos de queimada
Helicóptero da Ciopaer com o Bambi Bucket acoplado. Equipamento tem capacidade de despejar 500 litros de água por vez em focos de queimada Crédito: SSPDS/Divulgação

Como as viaturas da corporação são muito largas para adentrar a mata, a água levada por elas até o Cocó foi distribuída para carros menores com bombas de água e para bombas costais, equipamentos que são usados como uma mochila pelos bombeiros. Abafadores e espuma de resfriamento também foram ferramentas adotadas.

Conforme o comandante, a principal estratégia empreendida foi o trabalho braçal dos bombeiros. “Aqueles locais que a gente não consegue chegar porque não tem condições, vai ser braçal, vai ser o bombeiro com a bomba costal, com as pás”, afirma.

Os caminhos estreitos foram o motivo pelo qual não foi usado o tanque Firebull Aircore. Adquirida em 2022, a tecnologia promete ventilação com nebulização de água ou espuma, garantindo maior absorção de calor, controle do fogo mais rápido e redução do uso de água. No entanto, o uso dele no incêndio do parque não foi viável, segundo o comandante Barreto.

“Ele é um tanque de guerra, pesa 30 toneladas quando abastecido e tem nove metros e meio de largura. Para entrar aqui, eu teria que provocar um desmatamento. Se fosse um local aberto, não teria problema [usar o tanque]”, afirma.

Monitoramento continua para fogo não voltar a atingir mata

Nesta segunda-feira, 22, o trabalho dos bombeiros é de monitoramento da mata atingida pelo incêndio. Barreto afirma que não há mais focos de fogo, mas é preciso observar e prevenir que isso volte a acontecer. O comandante comemora o céu nublado de Fortaleza, pois isso significa que o tempo não será tão quente, o que poderia favorecer o ressurgimento de fogo.

Policiais civis e peritos estiveram presentes no local nesta manhã para avaliar as causas do incêndio e investigar a possibilidade do sinistro ser considerado criminoso.

CBMCE estuda implantação de batalhão de combate a incêndios florestais em Fortaleza

O comandante-geral explica que é estudada a possibilidade de implantação de um batalhão de combate a incêndios florestais em Fortaleza. “A ideia é colocar uma companhia especialista nessa área na Capital”, diz. Há um batalhão desse tipo em Quixadá, no Sertão Central.

Nem todos os bombeiros presentes no combate ao incêndio do Cocó têm especialização para atuar em incêndios florestais, mas Barreto explica que o conhecimento é repassado no momento da ocorrência para os colegas sem o treinamento.

Em 2020, a primeira turma do Curso de Prevenção e Combate à Incêndio Florestal (CPCIF) foi formada com 16 alunos. A segunda turma foi iniciada em setembro de 2023, com mais 19 estudantes, sendo 14 do Corpo de Bombeiros do Ceará, um da Paraíba, um do Piauí, dois do Rio Grande do Norte e um da Polícia Militar do Ceará.

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