Inteligência artificial para combater plágio acadêmico é estudada pela UFC, diz vice-reitora

Entrevista faz parte das Páginas Azuis do O POVO da próxima segunda-feira, 22

A Universidade Federal do Ceará (UFC) estuda a utilização de ferramentas de inteligência artificial para identificar plágios em trabalhos e pesquisas desenvolvidos pelos estudantes da instituição. A informação foi dada pela vice-reitora da UFC, Diana Azevedo, em entrevista ao O POVO publicada nas Páginas Azuis.

Diana Azevedo é professora do Centro de Tecnologia e atual vice-reitora da Universidade Federal do Ceará, foi eleita como “fellow” da International Adsorption Society (IAS – Sociedade Internacional de Adsorção, em tradução para o português), tornando-se a única única representante da América Latina e a primeira pesquisadora da região a compor o colegiado. Ela será a personalidade tema das próximas Páginas Azuis do O POVO.

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Segundo ela, a Universidade mantém no radar “o uso de inteligência artificial em benefício do progresso da ciência e não com um atalho”. A vice-reitora lembra que, desde a gestão anterior, funciona na instituição o Centro de Referência em Inteligência Artificial (Cria), que já desenvolve projetos de pesquisa na área e conta com conexões com outras entidades, inclusive a universidade chinesa de Nankai — parceira do Instituto Confúcio.

“Eles com a parte, digamos, técnica e a pró-reitoria com as questões mais ligadas à ética, que passa muito por aí. É aquela velha história, né? Qualquer coisa pode ser um veneno ou pode ser um remédio. Essa questão da ética está na ordem do dia também dentro da ciência, porque há a questão do uso indevido da inteligência artificial e tem várias outras ligadas a autorias indevidas, a padrões de citação, etc”, afirma a docente.

Ainda durante a entrevista, antecipada neste fim de semana para assinantes do O POVO+, plataforma multistreaming do O POVO, Diana relembra que ao regressar do período de doutorado, a primeira função como pesquisadora era analisar artigos científicos publicados em revistas referendadas pelos pares.

“Esse sistema era relativamente bem equilibrado. Até que passou-se a utilizar esse critério como sendo de promoção em alguns países, de remuneração. Por exemplo, na China, se você publica um artigo na "Science", você vai ter um bônus no seu salário de tantas unidades monetárias”, lembra.
Agora, com a “abertura” dada pelas ferramentas de inteligência artificial, para a pró-reitora, as produções acadêmicas se tornaram uma “corrida do ouro”.

“Quando abre isso aí, virou a corrida do ouro, né? Você começa a usar de práticas não éticas para inflar a sua produção e o número de citações. É, tipo assim, ‘eu vou publicar um trabalho e vou citar o teu artigo, mas tu cita no meu, viu?’ Às vezes sem ter qualquer relação, isso está no radar também, na questão da integridade acadêmica e da ética. Mas é uma questão que com as ferramentas da inteligência artificial podem ser até mais agudas ainda pro lado não desejado”, aponta.

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