Incêndio no Cocó: bombeiros trabalham há 60 horas ininterruptas

Equipes atuam desde a manhã da quinta-feira, 18. No momento, das quatro áreas de trabalhos definidas, apenas um foco permanece ativo. Trilhas estão fechadas

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) continua atuando no combate ao incêndio no Parque do Cocó. Assim, já são 60 horas de trabalho ininterrupto desde as 8 horas da última quinta-feira, 18.

No momento, das quatro áreas de trabalhos definidas, três tiveram seus focos de incêndio totalmente apagados. O quarto foco permanece ativo, em pontos isolados, como em alguns troncos de árvores e raízes.

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Durante os trabalhos realizados neste sábado, 20, os bombeiros recorreram ao líquido gerador de espuma (LGE), que atua por meio de dois fatores: resfriamento e abafamento, evitando a reignição das áreas queimadas que ficam aquecidas. Além do LGE, as equipes seguem utilizando bombas de água e um drone com câmera térmica.

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O coronel comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Cláudio Barreto, segue no local com as equipes e sinaliza o avanço na operação de combate às chamas. “Durante o dia, fizemos um sobrevoo na área e verificamos os pontos de calor que deveríamos focar", afirma.

Segundo Barreto, os brigadistas realizam resfriamento para conter o fogo subterrâneo. Conhecido também como fogo de turfa, este tipo de chama tem queima mais lenta e atinge uma camada abaixo do nível da superfície — por isso, nem sempre é visível.

"Tivemos êxito em extinguir parte desses focos de calor e, agora à noite, seguiremos atuando no controle do último foco que verificamos estar ativo", aponta o  coronel. 

Incêndio no Cocó: animais atingidos e resgatados

A Sema alerta para a possibilidade de os animais do Cocó buscarem refúgio nas residências e ruas próximas ao Parque. A pasta orienta, caso um animal silvestre que necessite de ajuda seja encontrado, contatar o Batalhão de Polícia Militar Ambiental por meio do 190 ou Disque Natureza (0800 275 22 33).

Os animais terrestres são as principais vítimas do incêndio que atinge o Parque do Cocó. As chamas carbonizaram sobretudo os animais rastejantes, como cobras, além de tartarugas e roedores.

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Uma gata filhote foi resgatada durante o trabalho de combate aos focos do incêndio e agora deve seguir para adoção. Representantes da Secretaria da Proteção Animal do Ceará (Sepa) atuam no local em busca de salvar animais em risco e feridos. Ainda não há informação sobre quantos animais morreram em decorrência do incêndio.

Parque do Cocó: apesar de situação controlada, trilhas estão fechadas

Ainda conforme Barreto, a situação atual do Parque do Cocó não deve ser tratada como incêndio, visto que foi controlada, embora não debelada. Ele sublinha que um incêndio se caracteriza como incidente não controlado pelo homem e que tenha a tendência de se alastrar e causar destruição — o que não é mais o caso no Cocó.

A Secretaria de Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA) fechou os acessos às trilhas do Parque. A navegação pelo rio também está suspensa. As medidas se estenderão até o fim do combate ao incêndio, que ocorre em uma área da Unidade de Conservação. “Trata-se de uma medida para garantir a segurança dos frequentadores deste patrimônio do povo cearense”, afirma a titular da Sema, Vilma Freire.

O Parque Estadual do Cocó, é o maior parque natural em área urbana do Norte/Nordeste e o quarto da América Latina, sendo o maior fragmento verde da capital cearense, com extenso manguezal e dunas milenares no entorno. O local conta com mais de 2 km de trilhas interligadas. 

Estima-se que, pelo menos, dez hectares de terras do Parque foram destruídos pelas chamas, segundo o capitão do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, Fábio Plutarco. Ainda não se sabe a causa do incêndio.

Os bombeiros militares contam com o apoio de equipes do Batalhão de Polícia do Meio Ambiente (BPMA) da Polícia Militar do Ceará (PMCE); de brigadistas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema); da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS); além de bombeiros da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Ceará (Cedec) do CBMCE e de agentes da Secretaria da Proteção Animal (Sepa). (Com Mateus Brisa)

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