CE: Advogado suspeito de levar maconha para cliente em presídio é solto

A Justiça determinou medidas cautelares proibindo o acesso do advogado a unidades prisionais

15:07 | Jan. 04, 2024

Por: Jéssika Sisnando
Foto de apoio ilustrativo (entrada de um dos presídios do complexo de Itaitinga, na RMF). Advogado foi preso suspeito de tráfico de drogas (foto: Júlio Caesar)

Josimar Freire Nascimento Júnior, preso suspeito de levar maconha para um cliente interno da Unidade Prisional Itaitinga IV, teve a concessão da liberdade provisória durante audiência de custódia realizada nesta quinta-feira, 5. A prisão aconteceu em Itaitinga, nessa quarta, 3, e a audiência em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. 

De acordo com o documento da audiência de custódia, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) pugnou pela homologação da prisão em flagrante e a conversão em preventiva. O fundamento usado foi o da necessidade de garantia da ordem pública.

Conforme a decisão, a defesa entendeu que não houve flagrante por ausência de indícios de autoria delitiva e pediu o relaxamento da prisão, além da liberdade provisória por ausência dos elementos necessários para prisão preventiva.

O juízo decidiu que o advogado não representa ameaça ao processo ou perturbação da investigação e que seria suficiente a imposição das medidas cautelares. A prisão em flagrante foi homologada e foi concedida a liberdade provisória.

Josimar deve cumprir as medidas cautelares, como proibição de acesso às unidades prisionais, proibição de manter contato com outro réu ou testemunha indicada no inquérito ou processo, proibição de mudar de endereço sem comunicação judicial prévia e comparecer a todos os atos do processo.

Defesa aponta que advogado passou por body scanner antes de entrar no parlatório 

Conforme o advogado criminalista Jader Aldrin, que acompanhou o flagrante na Denarc, o cliente Josimar Freire Nascimento Júnior chegou para realizar seu atendimento na unidade prisional na quarta-feira, 3. 

De acordo com a defesa, ao chegar à unidade, o advogado foi submetido ao body scanner, que tem a capacidade de identificar objetos que a pessoa possa estar portanto, inclusive drogas, mas nada foi verificado.

Em seguida, o profissional foi atender o cliente interno no parlatório, que é um local onde o profissional não tem contato com o preso e a conversa acontece por meio de um microfone. A defesa alega que o advogado foi informado de que o interno estaria com a droga e foi submetido a uma vistoria do outro lado do parlatório, local que o advogado não tinha acesso. 

"O advogado autorizou, deu o consentimento que realizassem uma vistoria no veículo. Nada foi encontrado, nenhum indício de material delitivo. O advogado foi por conta própria para a Denarc conduzindo o próprio veículo", ressaltou. 

Conforme o advogado Jader Marques, as imagens do equipamento de body scanner foram solicitadas e serão submetidos à Perícia para constatar que não haveria resquícios de entorpecentes. "Já que a tese que se coloca é que o advogado entrou portando a maconha", aponta. 

"Vamos solicitar as imagens de segurança e ouvir os policiais que estavam no dia para que, ao final da ação penal, conseguirmos o status de inocêndia do doutor, para que ele não fique com essa mancha na sua carreira", finaliza o advogado Jader Aldrin. 

Na audiência de custódia, participaram oito advogados de defesa no intuito de buscar a soltura do profissional.