Réveillon: mesmo com chuva, 1º dia de 2024 registra movimentação na Praia do Futuro

As manchas na água com a tonalidade marrom é um fenômeno comum entre o fim e início de ano e podem assustar banhistas desavisados que, ao observar o fenômeno, associam a derramamento de óleo ou a qualquer outro tipo de poluição

A ida à praia no primeiro dia do ano já é um clássico entre os fortalezenses. Banho de mar, bronze, se refrescar do calor e aproveitar todo o dia ensolarado é algo que não pode faltar na data, mas em 2024 os planos de muitas pessoas se modificaram após a capital cearense amanhecer debaixo de fortes chuvas. Apesar disso, não foi um impedimento para os banhistas presentes na Praia do Futuro na manhã desta segunda, 1º.

O POVO percorreu alguns trechos da praia das 9 às 11 da manhã e constatou movimentação intensa. No início houve pouca lotação, em parte devido ao céu nublado, mas já por volta das 10 horas, mesmo com a ausência do sol, a chegada dos frequentadores foi aumentando.

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O mar apresentava manchas amarronzadas, que é um acúmulo de microalgas nas águas do mar e costuma ser comum em fim e início de ano podendo assustar banhistas desavisados que, ao observar o fenômeno, associam a derramamento de óleo ou a qualquer outro tipo de poluição. Mas mesmo assim, havia muitos banhistas, incluindo famílias inteiras com crianças.

No entorno da barraca Chico do Caranguejo, Meyrianne Liberato, de 36 anos, que viajou 110 km de Canindé a Fortaleza para curtir o réveillon na Capital com a família, não viu problemas com a situação do mar. “Fiquei um pouco decepcionada pelo tempo fechado, queria pegar um bronze. O mar um pouco sujo não está sendo um impedimento. As crianças estão aproveitando mesmo assim e isso é o que importa”, declarou a turista.

Já a fortalezense Priscila D’Agila, que passou a virada do ano na igreja ao lado da família, ficou insegura em deixar os filhos Luisa, de 15 anos, e Felipe, de nove, entrarem no mar. “A chuva não foi um impedimento para vir à praia no primeiro dia do ano, já é uma tradição na minha vida, faça chuva ou sol. Só estou decepcionada com o estado que encontramos o mar, não sei se quero que eles entrem”, reclamou.

Entre os vendedores ambulantes no local, Sérgio Oliveira, de 62 anos, que oferta açaí e tapioca na praia há um ano, não esperava que a chuva fosse marcar presença na data, mas não desistiu de ir à praia e vender suas comidas.

“As pessoas estão aparecendo aos poucos, devido ao efeito Réveillon, de ficarem até mais tarde bebendo. E ter amanhecido o dia assim, chovendo muito, retarda um pouco o movimento pela manhã. Mas acredito que até o fim do dia vamos conseguir vender tudo”, declarou, confiante.

 

Mesmo com o clima nublado e abafado, Arineide Pereira, vendedora de cocos há sete anos, garantiu que suas vendas estavam indo bem.  Em relação ao ano passado, eu já vendi bem mais, apesar da chuva. O público está bem presente, tem sido uma manhã intensa, espero que continue assim”, comemorou.

Na barraca Terra do Sol, José Eduardo e Carmosina da Silva, ambos com 73 anos de idade e 50 de casados, vieram de Ocara, a 104 quilômetros de Fortaleza, para passar o Réveillon com a família na capital. “Deus abençoou esse primeiro dia chuvoso e pela experiência dos antigos, porque eu já sou antigo, 2024 vai ser um ano com um bom inverno para o Nordeste” declarou José Eduardo - contradizendo até os prognósticos para o ano, apontados pelo meteorologistas.

“A gente veio lá dos ‘mato’, os problemas de mazela a gente tá jogando aqui no mar. Ele estando sujo ou não, para começar um ano maravilhoso. Trouxemos até nosso bisneto para curtir aqui hoje”, brincou Carmosina.

Perto da barraca América do Sol, o fluxo de banhistas era mais intenso, com atividades esportivas, surfistas e crianças brincando de encher pequenos baldes coloridos de água. Nesse trecho, o mar parecia ainda mais repletos de microalgas, comparado aos outros pontos percorridos.

A família de Meirivan de Souza se reuniu nesta segunda, 1º, para curtir a praia, independente do clima, mas não esperavam encontrar o mar nessa situação. “Não tá sendo muito bom porque a água tá um pouco suja. Não sei se vou me arriscar em entrar no mar assim. As crianças estão correndo aí na praia, aproveitando o 1º de janeiro e as férias, mas a situação do mar é um pouco decepcionante”, disse, frustrado.

Já no calçadão, do lado de fora da barraca, havia mais vendas de roupas de banhos, óculos de sol e brinquedos para crianças. Vera Lúcia, de 59 anos, se mantém como vendedora ambulante desde 1992 e afirma que o início deste ano foi diferente.

“Está sendo razoável, mais difícil para falar a verdade. Espero que melhore muito e que eu possa vender todos os meus produtos, para receber uma renda melhor e honrar com todos os meus compromissos”, torce.

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