Vídeo: Cliente arremessa copo contra atendente em shopping de Fortaleza
Defesa do jovem registrou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e alega danos psicológicos; shopping e rede fast food são apontados por omissão
Um atendente da rede de fast food Burger King denuncia ter sido agredido por uma cliente durante o último domingo, 10, enquanto trabalhava na unidade do Grand Shopping Messejana, no bairro Messejana, em Fortaleza. Na ocasião, uma mulher, incomodada com a demora na entrega de um pedido, atirou um copo de refrigerante contra João Gabriel, 20, que registrou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
Ao O POVO, Gabriel contou que por causa de uma promoção que havia chegado à franquia e o funcionamento com pessoal reduzido naquele dia, houve atraso em vários pedidos, incluindo o da cliente, que ainda não foi identificada.
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O atendente também conta que minutos antes da agressão, a mulher já havia se exaltado com um colega dele de trabalho, por entender de forma errada o modo como foi tratada, segundo ele.
“Ela perguntou sobre o pedido, onde que estava, e o outro funcionário, que estava liberando os deliverys, avisou que era só aguardar, falando do jeito dele: ‘Não, meu amor, é só aguardar’. Do jeito que ele sempre fala com todo mundo”, diz Gabriel.
Depois disso, a cliente teria exigido respeito dos atendentes e começado a bater no balcão, com gritos: “Onde está a p**** do meu pedido?”, “Cadê o meu pedido? Vocês estão fazendo hora”. Afirmando ser advogada, a moça também teria tentado dar uma “carteirada” ao ameaçar ligar para a Polícia e um juiz.
A cliente então jogou um copo de refrigerante nas costas de Gabriel e gritou: “Vou jogar quantos copos forem necessários para receber a p**** do meu pedido, filho da p***”. O rapaz disse que subiu assustado para um dos banheiros da administração e começou a chorar.
Veja vídeo:
Desde o caso, Gabriel tem ficado em casa, mesmo sem ter recebido liberação do trabalho, pois afirma que, devido ao trauma causado pela situação, ainda não está pronto para voltar a atender o público.
“No outro dia eu estava mal. Não consegui dormir direito, nem ir para o trabalho”.
Questionado se teme perder os dias trabalhados no salário, ele respondeu que “essa é a última coisa que eu tô pensando, receber menos". "Era tanta coisa, esse assunto está repercutindo tanto, está vindo tanta coisa na minha cabeça, que realmente não estou pensando nisso.”
Defesa alega que fast-food e shopping não prestaram apoio
Os advogados Elcias Duarte e David Mourão, proprietários do escritório Duarte & Mourão Advogados Associados, dizem que o caso foi registrado no 6° Distrito Policial da Messejana por meio de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirma que o caso está sendo investigado pelo 6° Distrito de Polícia, delegacia do bairro da Messejana.
Além da conduta da cliente, a qual os advogados classificam como injúria e desrespeito à dignidade da pessoa humana, a defesa também questiona o Grand Shopping Messejana e o Burger King. Segundo eles, as empresas não prestaram apoio à vítima.
Em nota, o Grand Shopping informou "que não compactua com qualquer forma de violência, seja ela física ou verbal". "Reforçamos nosso compromisso com a segurança e bem-estar de nossos colaboradores, lojistas e clientes. O empreendimento está à disposição das autoridades para fornecer toda e qualquer informação", diz.
Procurada pelo O POVO, a rede de fast food Burger King ainda não se pronunciou sobre o caso. A matéria será atualizada caso a demanda seja respondida.