Conjunto José Walter recebe mutirão contra focos de Aedes aegypti
Entre cinco e dez mil focos do mosquito devem ser eliminados até a quadra chuvosa de 2024, conforme a Prefeitura; ações ocorrem em 45 bairros de FortalezaCerca de 420 agentes comunitários de endemias participaram de um mutirão para eliminação de focos do Aedes aegypti realizado nesta quarta-feira, 20, no Conjunto Prefeito José Walter, em Fortaleza. Durante toda a manhã, 13 mil residências do bairro foram visitadas para a detecção e combate de possíveis pontos de proliferação do mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya.
O mutirão faz parte da operação "Inverno", realizada anualmente pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em 45 bairros de Fortaleza durante os meses que antecedem a quadra chuvosa no Ceará.
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Dentro das residências, foram observados jardins, potes de água, pneus e outros locais que podem acumular água e se tornarem um nascedouro para larvas.
Ao final das vistorias, os pontos de reprodução foram eliminados manualmente com aplicação de larvicida biológico e gotas de inseticida. Entre cinco e dez mil focos do mosquito devem ser eliminados até a quadra chuvosa de 2024.
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A medida deve beneficiar mais de 30 mil moradores do bairro. Um deles, Evandro Holanda, 75, lembra com preocupação o quadro que passou com a irmã, Emília, que teve fortes dores após ser acometida pela chikungunya.
Segundo o aposentado, isso redobrou o cuidado da família, que já se mantinha alerta contra o mosquito.
“Agora a gente tem mais cuidado ainda. Tampar todos os vasilhames, não deixar nada exposto à água, tudo bem cuidado, tudo tampado, limpo, já para evitar [proliferação do mosquito]. Ficamos com muito medo do que aconteceu, porque poderia ter acontecido com qualquer um”, conta.
Os bairros da operação "Inverno" são escolhidas a partir de dados sobre a incidência atual, média histórica e questões de ordem ambiental e sanitária, como acúmulo de lixo.
Para o coordenador de vigilância em saúde da SMS, Nélio Morais, a medida auxilia, além do combate ao mosquito, no tratamento de outras doenças, evitando uma sobrecarga do sistema de saúde.
“Imagine o colapso que isso [uma epidemia de dengue] gera às nossas unidades básicas de saúde e à nossa população? Os postos ficam lotados, você prejudica o atendimento do hipertenso, do diabético, da questão da tuberculose, da hanseníase. Todos aqueles agravos que são problemas sérios e graves também”, explica.
Uma dessas enfermidades é a Covid-19, que teve aumento no número de casos em Fortaleza.
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela SMS em 13 de dezembro, o percentual de positividade atingiu a marca de 46% entre as mais de 1.600 amostras analisadas por laboratórios da rede pública entre as datas de 6 e 10 deste mês.
“Estamos abrindo os postos de saúde todos os sábados para que as pessoas procurem se vacinar. O número de casos já está começando a mostrar um platô de diminuição, tendendo a diminuir. A gente tem observado felizmente que as pessoas estão procurando vacina, e isso é um bom sinal para que possa se evitar quadros graves, principalmente em pessoas de mais idade que agravam e podem levar inclusive ao óbito”, afirma o titular da SMS, Galeno Taumaturgo.
Dengue em Fortaleza
A Capital deve terminar o ano com um número menor de casos confirmados de dengue na comparação com os índices de 2022.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), cerca de 4.946 suspeitas foram confirmadas em 2023, mais de 12 mil a menos que o valor apontado em dezembro do ano passado.
Confira os bairros com mais casos confirmados em Fortaleza:
Vicente Pinzón: 295
Passaré: 146
Jangurussu: 139
Montese: 134
Mondubim: 131
Praia do Futuro: 130
José Walter: 128
Vila União: 121
Centro: 101
Cais do Porto: 99
A redução foi ainda maior em relação a casos confirmados de chikungunya, que foram de 20.475 em 2022 e 313, em 2023. Ao todo, 1.784 suspeitas da doença foram analisadas, das quais 77,9% foram descartadas.
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