Maternidade-Escola Assis Chateaubriand completa 60 anos de fundação

Gerente de Atenção à Saúde da Meac relata que é um desafio realizar atendimentos gratuitos devido a dificuldades de financiamento. Cerca de 110 mil atendimentos são realizados por ano na unidade

A Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), localizada no bairro Rodolfo Teófilo, celebra 60 anos de fundação. Inaugurada no dia 13 de dezembro de 1963, a unidade comemorou a data nesta sexta-feira, 15, com uma festa entre funcionários, gestores e pacientes. No local, são ofertados serviços gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, por ano, mais de quatro mil partos.

Vinculada ao Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (CHC-UFC/Ebserh), a Maternidade-Escola presta atendimento de médio e alto risco, além de ser campo de prática dos cursos de graduação da área da saúde da Universidade Federal do Ceará (UFC), como Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Odontologia e Farmácia.

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Na pós-graduação, abriga as residências de Ginecologia e Obstetrícia, Medicina Fetal, Endoscopia Ginecológica, Mastologia, Neonatologia, Enfermagem Obstétrica e Multiprofissional em Saúde da Mulher.

Na manhã desta sexta-feira, 15, o hall de entrada da Unidade de Saúde foi preenchido por pacientes e colaboradores que, animados, comemoravam mais uma década de atendimentos. Quem passou por lá foi Patrícia de Sousa, de 29 anos. Paciente há dois anos da Maternidade-Escola, ela relata que viveu momentos bons e também difíceis na Instituição.

“Minha primeira gestação foi uma gravidez ectópica. Por isso, precisei ficar internada aqui”, relata a paciente. A condição é caracterizada por um óvulo fecundado que começa a se desenvolver fora da cavidade uterina, local correto onde deveria se fixar. Infelizmente, a primeira gravidez dela resultou em um aborto.

Anos depois, Patrícia está novamente aos cuidados dos profissionais da Unidade, também em uma gravidez de risco. “Quando eu estava com dez semanas [aproximadamente três meses] de gestação, os médicos do posto de saúde identificaram que era uma gravidez de risco. Então me encaminharam para a Maternidade-Escola. Com 20 semanas, foi identificada uma perda de líquido”, relata.

“Rapidamente me informaram que eu tinha que ser internada. Passei sete dias em observação, para que eles me acompanhassem enquanto realizava tratamento com antibióticos”, continua. Com o quadro de saúde estabilizado, a paciente tem apresentado apenas bons resultados durante a reta final da gestação, que chega a 27 semanas [aproximadamente sete meses].

Patrícia de Sousa comenta que também pretende dar à luz a pequena Laura na Maternidade-Escola. “Quero ter minha neném aqui. Já tive familiares que pariram aqui e percebo que [o procedimento] é bem humanizado. Os internos, alunos e médicos também são super educados e atenciosos. Eles só deixam a pessoa sair daqui quando está tudo ok”, afirma.

Enquanto histórias se iniciam dentro das paredes da Maternidade, outras narrativas ambientadas no local se estendem por vários capítulos. Foi lá que, há 41 anos, nascia Rafaele Fernandes Pinheiro Lopes.

“Durante toda a gestação, minha mãe foi acompanhada aqui. Na época, a Maternidade-Escola já era referência e os postos de saúde não existiam em tanta quantidade como hoje. Por isso, mesmo morando na Gentilândia, ela veio para cá”, relata.

O tempo passou, a bebê nascida em 1982 cresceu e se tornou enfermeira. Para a alegria de Rafaele, há nove anos ela retornou à Instituição, desta vez como profissional de saúde. “Eu atuo na sala de parto, que eu considero o coração da Maternidade. É uma honra muito grande quando eu olho para aqueles bebezinhos, porque eu me vejo ali. É muito prazeroso fazer parte desta história, destes 60 anos”, conclui a colaboradora.

Inicialmente, a Meac era chamada “Maternidade Popular de Fortaleza”. A Unidade foi construída após uma campanha promovida pelos jornalistas Assis Chateaubriand e João Calmon ao buscaem a criação de mais leitos de maternidade no Estado. Atualmente, a Maternidade contabiliza, em média, 110 mil atendimentos médicos e multiprofissionais em ambulatório, 4.700 partos e quase três mil cirurgias por ano.

De acordo com o gerente de Atenção à Saúde da Meac, Edson Lucena, as dificuldades enfrentadas para que os bons resultados sejam alcançados são contínuas.

“É um grande desafio fazer uma maternidade exclusivamente para atendimento de pacientes do SUS, com todas as dificuldades governamentais em termos de incentivo e financiamento. Prestamos a melhor assistência e ensinamos com qualidade, fazendo pesquisa e inovação”, pontua o gestor.

A Meac conta com uma emergência que funciona 24 horas, sete dias por semana. “Nós também recebemos encaminhamentos das unidades de saúde; dos outros hospitais que têm um grau diferente de expertise, maternidades secundárias, por exemplo. Além disso, recebemos pacientes encaminhadas do interior do Estado”, explica Edson Lucena.

 

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