Fortaleza registra mais de 5 mil quedas de idosos em 2023; saiba como prevenir

Quedas podem ser mais graves em idosos. Acidentes podem ser prevenidos por meio de cuidados com a saúde do idosos e medidas no ambiente

Quedas domésticas podem ocorrer em qualquer idade. Na velhice, contudo, elas podem ter consequências mais graves. Conforme dados do Instituto Doutor José Frota (IJF), referência em trauma no Estado, foram realizados 16.671 atendimentos por queda da própria altura neste ano até o fim de novembro. Do total, mais de 30% (5.040) são de pacientes com mais de 60 anos.

As quedas da própria altura são aquelas em que a pessoa cai do próprio nível do corpo. Em 2022, foram 17.205 atendimentos no total. A maioria é causada pelas próprias condições de saúde do idoso, como desmaio ou desequilíbrio, ou por fatores externos como um tropeço ou escorregão. 

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Rafael Pinheiro, geriatra e coordenador médico da Casa de Cuidados do Ceará, destaca que as quedas são um problema de saúde pública e a principal causa de morbimortalidade. As consequências da queda podem desencadear outros problemas. 

"As quedas aumentam hospitalizações, risco de infecção e a síndrome pós-queda, que é quando o paciente fica com medo de cair novamente, fica mais restrito, o que pode aumentar transtorno depressivo e a perda da funcionalidade", detalha.

Ele destaca que 50% dos pacientes idosos que caem vão ter novas quedas em um ano e que há chance aumentada de mortalidade por outras consequências até um ano após uma queda, conforme indicadores internacionais. A maioria das quedas são em ambiente doméstico. 

Ele frisa a importância de conferir se o idoso está tomando a medicação correta e em dose adequada. "Pode estar tomando mais remédios para hipertensão ou para diabetes, remédios para dormir, que podem aumentar a sonolência. Se está perdendo massa muscular, com fraqueza nas pernas. Depressão e demência também causa muita queda", alerta.

Christine Muniz, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia-Regional Ceará (SBOT-CE), explica que pessoas idosas caem mais por fraqueza da musculatura, a sarcopenia, além de outras doenças como desequilíbrio, doenças cardíacas e do sistema nervoso central. 

Mas as quedas em idosos apresentam mais riscos do que em outras faixas etárias porque têm muito mais chances de causarem fraturas e demandarem cirurgias.

"Em muitos casos, o paciente vai perder a função do membro ou ter função inferior. As do fêmur são mais importantes. Mesmo após a operação, o idoso tem dificuldade para voltar a andar. Faz com que perca qualidade e expectativa de vida", detalha.

Ela explica que algumas regiões são mais suscetíveis, como ombro, fêmur e o rádio distal (punho), além da coluna. A médica traumato-ortopedista salienta a importância de cuidados centrados no idoso, como fortalecer a musculatura por meio da prática de atividades físicas e manter uma alimentação saudável, rica em proteínas.

Cuidados no ambiente para evitar quedas de idosos

- Evitar tapetes soltos;
- Escadas e corredores devem ter corrimão dos dois lados;
- Usar sapatos fechados e com solados de borracha;
- Colocar tapete antiderrapante nos banheiros;
- Colocar barras de apoio nos banheiros;
- Evitar andar em áreas com piso úmido;
- Evitar encerar a casa;
- Colocar o telefone em local acessível;
- Evitar móveis e objetos espalhados pela casa, bem como brinquedos no chão;
- Não deixar o ambiente totalmente escuro à noite, deixar uma luz acesa à noite, caso se levante;
- Adaptar prateleiras e armários para que fiquem mais acessíveis, evitando subir em bancos para alcançá-los;
- Se necessário, usar bengalas, muletas ou instrumentos de apoio.

 

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