Dia D de Vacinação contra Covid-19 em Fortaleza tem baixa adesão

Campanha busca ampliar imunização contra Covid-19 em resposta ao aumento de casos registrados no Ceará; mutirão é segundo na Capital no espaço de uma semana

17:31 | Dez. 09, 2023

Por: Bemfica de Oliva
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 09.12.2023: Segundo dia D de vacinação. Vapt Vupt, Rio Mar Papicu. (foto: FÁBIO LIMA)

Fortaleza recebeu neste sábado, 9, o segundo "Dia D de Vacinação" contra a Covid-19 no espaço de uma semana. O POVO esteve no Vapt Vupt do Papicu, um dos locais de aplicação dos imunizantes.

A imunização não se restringiu apenas à Covid-19: todas as vacinas disponíveis na rede pública de saúde estavam sendo ofertadas. A movimentação no espaço era tranquila, com pouco tempo de espera entre a chegada ao Vapt Vupt e a aplicação da dose.

Até o meio-dia, haviam sido realizados pouco mais de 240 atendimentos. Considerando os três Vapt-Vupt e os postos de saúde abertos para vacinação aos fins de semana, no sábado anterior foram quase 3.500 doses do imunizante aplicadas.

Os espaços para imunização de crianças e de adultos eram separados. A procura da vacinação infantil, no entanto, foi baixa, com diversos momentos onde a sala de aplicação ficava vazia. No Ceará, até o fim de novembro, apenas 4% das crianças até cinco anos de idade havia tomado as três doses.

A secretária da Saúde do Ceará, Tânia Mara Coelho, pontua que a campanha de vacinação dura 15 dias, e está entrando na segunda semana. De acordo com ela, existe a possibilidade de estender o período, caso a adesão seja baixa. "A gente quer a maior cobertura possível nas crianças abaixo de cinco anos de idade", diz Tânia.

Em relação à população geral, a secretária afirma que o governo está monitorando o aumento de casos de Covid-19 no Ceará. Segundo ela, no entanto, ainda não há previsão de novas medidas restritivas, e segue-se a orientação do Ministério da Saúde: o uso de máscaras permanece sendo recomendado somente a pacientes nos grupos de risco e pessoas com sintomas gripais.

A suspeita é que o crescimento da Covid-19 no Ceará esteja relacionada à presença de uma nova subvariante do coronavírus. Segundo o secretário executivo de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Antonio Lima Silva Neto (Tanta), o sequenciamento genético dos vírus em circulação deve ser concluído até esta segunda-feira, 11, confirmando ou descartando a existência da subvariante no Estado.

Por ora, não deve haver mudanças na estratégia de enfrentamento à Covid-19 no Ceará. Novas medidas podem ser aplicadas, no entanto, caso o número e a gravidade dos casos continue a aumentar.

Entre quem se vacinava, as opiniões se dividiam. Havia quem entendesse o momento como de precaução, enquanto outros entendem já haver motivos para preocupação.

O gerente comercial Nilson Silva, de 37 anos, afirma que ainda não retomou as medidas de proteção, mas que isso precisa ser repensado. "A gente está tendo esse, vamos dizer, mini surto, era para estar mais precavido", afirma. Nilson, que tomou o reforço da vacina bivalente, teve Covid-19 em janeiro de 2022.

A dona de casa Márcia Marques, de 37 anos, concorda. Ela foi vacinar a si própria e ao filho Enzo, de seis anos. Enquanto o garoto estava de máscara, ela disse estar com o acessório "na bolsa". No auge da pandemia, ela trabalhava em um hospital, e acompanhou de perto diversas internações. Márcia pontua que a família inteira teve a doença - ela própria três vezes -, e sua mãe chegou a precisar de ventilação mecânica.

Rafaela Melo, analista de sistemas, também foi infectada três vezes. Ela foi ao Vapt Vupt tomar a dose de reforço da vacina bivalente. Entre as medidas de proteção, disse que tem usado álcool em gel "mais do que usava antes da pandemia" e evitar aglomerações quando há aumento significativo de novos casos.

Veja fotos do Dia D de Vacinação contra Covid-19 em Fortaleza