Fortaleza pode estar 5% alagada até 2050, diz ONU; entenda

Outras cidades brasileiras como Santos e Rio de Janeiro também estão em risco, de acordo com estudo divulgado pela ONU. Entenda o motivo

11:09 | Dez. 01, 2023

Por: Mariana Fernandes
Orla de Fortaleza (foto: FCO FONTENELE)

Centenas de cidades litorâneas correm riscos de inundação permanente até 2050, de acordo com novo estudo divulgado na última terça-feira, 28, pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Cidades brasileiras como Rio de Janeiro, Santos e Fortaleza encontram-se na lista apresentada.

As extremas condições climáticas estão ligadas ao aumento do aquecimento global. De acordo com os cientistas, o nível do mar em Fortaleza pode aumentar até 50 centímetros. No Rio, deve subir 48 centímetros.

O relatório foi divulgado às vésperas da COP28, que começou ontem, 30. O encontro reúne cerca de 200 países e deve apresentar um balanço de como cada um está atuando para cumprir o Acordo de Paris.

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Além de Fortaleza: projeção da ONU pode afetar 70 milhões de pessoas

Se confirmadas as projeções feitas pelo estudo, mais de 70 milhões de pessoas serão obrigadas a deixarem suas casas no mundo todo em virtude da elevação dos mares.

Além das cidades brasileiras, outras em todo o mundo foram citadas como tendo riscos de inundações. Cotonou, no Benim; Calcutá, na índia; Barranquilla, na Colômbia, e Sydney, na Austrália, são exemplos de cidades em risco de inundações permanentes até 2050.

“O impacto nas regiões costeiras, que abrigam centros sociais e econômicos, poderiam desencadear reversões no desenvolvimento humano em todo o mundo”, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Esses dados advém de observações de satélite e de marégrafos e conjuntos de modelos do Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

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Consequências do aquecimento global já podem ser sentidas

A falta de ações concretas em mais de uma década de eventos climáticos têm ampliado as consequências. Esta semana, Rússia e Ucrânia tiveram ventos de 140 quilômetros por hora e tempestades de neve.

No Brasil, eventos extremos têm impactado a rotina de muitas pessoas. Nas semanas anteriores, a sensação térmica no Rio de Janeiro superou os 55 graus. E em cidades do centro-oeste brasileiro, os termômetros superaram os 45 graus.

Ainda segundo o relatório da ONU, até 2100, em nosso caminho atual de emissões, essa exposição dobra para a terra ocupada por 10% da população dessas áreas costeiras altamente populosas.