Manifestação contra mortes de adolescentes no Ceará é realizada em Fortaleza

Manifestantes se dirigiram ao Palácio da Abolição para criticar e chamar a atenção de gestores públicos para a questão da violência policial contra a juventude

Um protesto em repúdio a violência letal contra a juventude no Ceará foi realizado na manhã desta quinta-feira, 30, em Fortaleza. A manifestação, que ocorreu na Praça Luiza Távora, no bairro Aldeota, teve como foco as ocorrências de ações policiais em áreas de periferia.

O protesto foi organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) do Ceará e teve como temas “Por prevenção à violência e proteção já!” e “Basta de Extermínio na Periferia”. Durante momento inicial da manifestação, foram lembradas as três mortes de jovens registradas em ações policiais no Estado: no bairro Barra do Ceará, em Fortaleza; no bairro Vila da Paz, em Maracanaú; e a mais recente registrada na noite da segunda-feira, 27, em São Gonçalo do Amarante.

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Também foram lembrados os quatro episódios criminosos ocorridos em Areninhas de Fortaleza em um mês, em que três adolescentes foram mortos e uma mulher foi baleada. Durante a culminância, os manifestantes ainda declararam relatos pessoais de ações policiais violentas em suas próprias comunidades.

Em momento marcante, o coordenador do MTST no Ceará, Sérgio Farias, entoou: "Levanta a mão quem conhece alguém que morreu por tiro do policial e não era bandido?". Logo após, diversos braços se ergueram.

“É interessante que, sempre em casos de mortes por tiro, queiram rotular os jovens como bandidos. As políticas de direitos humanos do Estado não estão funcionando como deveriam e, nesses casos de violação, nós temos que combater e cobrar punição, pois depois podemos ser nós as vítimas”, declarou Farias.

"O menino de São Gonçalo do Amarante [Pedro Kauã Moreira Ferraz, 15 anos] estava na porta de casa e foi morto com um tiro nas costas por um policial. A mãe estava pedindo socorro, e a polícia não socorreu o jovem. Era dever, como agente do Estado, socorrer. E por que isso não ocorreu?”, continuou o coordenador do MTST.

Com saída da Praça Luiza Távora, o grupo de pessoas se dirigiu em passeata ao Palácio da Abolição, sede do Governo do Estado, para criticar e chamar a atenção de gestores públicos para a causa.

Moradora do bairro Paupina, em Fortaleza, e também integrante do MTST, Maria Silva relata a angústia de mães ao terem seus filhos sujeitos à violência nas comunidades.

“Se alguém comete um erro, deve ser levado à justiça, preso e responsabilizado pelo que fez, mas não precisa torturar. É angustiante para qualquer mãe imaginar isso com seu filho. Os governantes devem prestar mais atenção às necessidades das favelas e garantir que todos tenham seus direitos respeitados”, comentou.

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