Obra de drenagem na avenida Heráclito Graça deve bloquear trecho por 10 meses
Comerciantes reclamam de falta de transparência na comunicação de desvios e bloqueios
18:01 | Nov. 27, 2023
A obra para construir um novo sistema de drenagem na avenida Heráclito Graça, no Centro de Fortaleza, tem prazo de dez meses para ser concluída. Nesta segunda-feira, 27, o prefeito José Sarto assinou a ordem de serviço das intervenções. Durante a maior parte dos trabalhos no local, a avenida terá trânsito interditado. O bloqueio será iniciado neste mês de dezembro.
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O projeto de drenagem consiste na construção de uma galeria subterrânea que deve acumular a água da chuva. Pela gravidade, a água será escoada para a rede de drenagem da Cidade, desembocando no riacho Pajeú. O intuito da obra é sanar os alagamentos recorrentes registrados no trecho da avenida entre as ruas Barão de Aracati e Gonçalves Lêdo.
“Já fizemos um bloqueio na Gonçalves Lêdo para que a gente faça a construção da saída desse imenso reservatório”, explica Samuel Dias, secretário municipal da Infraestrutura. O local já teve o asfalto removido. Para acessar a Heráclito Graça, a Prefeitura indica que os motoristas dobrem à direita na rua Fiúza de Pontes e à esquerda na rua Nogueira Acioli.
Depois da construção da galeria de saída, que servirá para o escoamento da água até o riacho, Samuel relata que deverão ser feitas as primeiras intervenções na avenida, com a instalação das estacas das paredes de contenção do reservatório. A escavação na avenida Heráclito Graça terá dois metros de profundidade e 450 metros de extensão, com capacidade para 14 mil m³ de água.
“Para os carros andarem em cima da Heráclito Graça, o serviço tem que estar todo pronto. Temos que estar preparados para fazer o bloqueio por dez meses mesmo. As ruas paralelas vão comportar o fluxo da Heraclito Graça”, diz Samuel. Os desvios oficiais só serão divulgados em dezembro próximo.
Comerciantes temem impacto nos negócios
Com o bloqueio da avenida previsto por pelo menos dez meses, comerciantes do trecho que será interditado já temem pelo impacto na chegada dos clientes. A gerente da oficina Betos Car, Lourdirene Lobo, reclama da falta de transparência com os empreendimentos afetados.
“Ninguém sabe como vai ser”, afirma. A oficina fica na esquina da rua Gonçalves Lêdo e já teve uma das saídas bloqueadas. “A sorte é que a gente tem três entradas”, relata Lourdirene, que terá de alargar um dos portões para melhorar o novo acesso principal dos clientes, pela rua Pero Coelho.
Ruzevel Queiroz, dono de uma banca de revistas na praça Bárbara de Alencar, também não sabe se precisará sair do local. “Acredito eu que não dá pra trabalhar com poeira, não vai ter passagem de cliente, vai ficar difícil. Não sei o que eu vou fazer. Até o momento não chegou ninguém para falar”, conta.
Apesar do transtorno no momento da obra, Ruzevel acredita que o projeto de drenagem é positivo. “Se ficar como a maquete, vai ser muito bom. Não vai mais alagar, não vai mais interromper o trânsito. Vai melhorar bastante”, afirma.
“Essa é uma intervenção que vai realmente mexer com alguns comércios, porque não dá pra você mexer em subsolo sem mexer em alguns moradores”, afirmou o prefeito José Sarto (PDT) durante o evento de assinatura da ordem de serviço. “Eu sei que durante a execução da obra as pessoas vão reclamar, com muita razão. Mas tão logo termine a obra, aquele velho problema de alagar aqui não vai existir mais”, prometeu.
Solução ainda não deve funcionar na quadra chuvosa de 2024
Sarto afirmou que em 2024 “ainda deve ter alagamento” no trecho da avenida em obras. Segundo Samuel Dias, o próximo período chuvoso deve interferir no ritmo da obra, mas o impacto já está calculado dentro do tempo estimado de intervenções.
“A obra já vai ser feita pensando na situação da chuva. Por isso que a gente tá fazendo logo essa ligação do reservatório com a drenagem, porque a água que cair dentro da escavação já vai sair pela drenagem que já está concluída”, afirma.