Aparelhos para mobilidade: 2ª remessa beneficia 300 fortalezenses

Fila por órteses, próteses e cadeiras de rodas deve ser zerada no ano que vem, de acordo com a Prefeitura; previsão inicial era de quitação até setembro deste ano

Mais de 300 moradores de Fortaleza receberam aparelhos para auxílio de mobilidade durante a manhã desta quarta-feira, 22, em evento realizado no Ginásio Poliesportivo Aécio de Borba, no bairro Benfica. Ao todo, 419 equipamentos entre órteses, próteses e cadeiras de rodas foram entregues de forma gratuita para 336 Pessoas com Deficiência (PCDs) que entraram na fila de espera entre 2012 e 2023.

Um dos principais benefícios dos aparelhos é a reconquista da liberdade para ir e vir para os usuários. Contemplado nesta última remessa, Raimundo Veras, que aguardou por próteses dos membros inferiores durante quatro anos e agora comemora o direito à mobilidade.

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“Eu só tenho duas opções na minha vida, andar de cadeira [de rodas] ou ficar em uma rede. Minha vida vai melhorar muito [com a prótese]. Vou voltar a andar, vou voltar a fazer qualquer atividade e dar minhas voltinhas. É melhor do que estar dentro de casa deitado em uma rede”, afirma.

O retorno a atividades mais acessíveis para pessoas sem deficiência, como a prática de exercícios físicos, por exemplo, é um dos objetivos almejados pelos PCDs com o uso dos aparelhos. José Ary, 57, tem problemas de sustentação na perna esquerda devido a um quadro de paralisia infantil, e com a órtese, deseja cuidar melhor da saúde.

“Vai ser muito bom para eu dar minhas minhas caminhadas. Ela [a órtese] dá mais estabilidade na minha perna. Se eu ficar muito tempo sem ela eu posso cair e desmantelar a minha perna. Aí passo quase dois meses sem andar em uma cama”, conclui ele, que estava na fila de espera desde 2018.

Esta foi a segunda distribuição realizada pela Prefeitura de Fortaleza neste ano, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHS). Em agosto, outros 402 auxílios foram entregues pela gestão.

Previsão de fila zerada é adiada de setembro para até o fim do ano

A expectativa inicial da Prefeitura era entregar 2.309 auxílios para 1.249 fortalezenses até setembro, e então, zerar a fila gerada nos últimos 11 anos. Com os aparelhos entregues hoje, a gestão atingiu o quantitativo de 1.453 aparelhos entregues a 1.059 moradores, o que corresponde a 62% do previsto para o período.

Questionado sobre o prazo inicial, o prefeito José Sarto (PDT) afirmou que todos os benefícios serão disponibilizados até 2024. Durante o evento, o chefe do Executivo municipal também ressaltou que os aparelhos entregues são adaptados para cada paciente, a partir de acompanhamentos feitos nas unidades de saúde da Capital e que a prorrogação visa garantir a qualidade do serviço.

“Isso [a adaptação] dá um pouquinho mais de lentidão, mas dá a garantia de que a pessoa está usando o aparelho corretamente para não causar outros problemas de saúde. Por exemplo, se você usar uma prótese equivocada, você vai exigir da sua musculatura e [em] um mês de uso, você cria mais problemas do que benefícios”, pondera Sarto.

O Paço Municipal também afirma que a entrega será uma medida constante na Cidade, atendendo também a PCDs que tenham entrado na fila após o recorte feito para essas remessas, conforme explica o secretário Municipal da Saúde, Galeno Taumaturgo.

“Essa é uma fila que, por mais que nós tentemos, e a gente está tentando zerar, ela se renova. Ela é muito dinâmica. Eu acho que nós avançamos muito nessa fila que tinha de 2012, mas o trabalho não para. A gente vai continuar essas buscas, a fazer esse trabalho para que a gente possa cada vez mais beneficiar essas pessoas que tanto precisam”, pontuou o titular da pasta.

Como ter acesso aos aparelhos de mobilidade

Para ter acesso a remessas futuras ou à retirada individual dos aparelhos de mobilidade, os interessados devem procurar um posto de saúde, onde será agendada uma consulta, e posteriormente, o acompanhamento do paciente até o encaminhamento para a prótese, órtese ou cadeira de rodas, a depender da necessidade específica.

O serviço também está disponível para pacientes acamados, que não podem se dirigir à unidade de saúde. Para isso, basta que um familiar ou responsável vá até o posto e informe a situação do paciente, que será avaliado ao domicílio.

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