Mutirão do "Dia Mundial dos Pobres" atende pessoas em situação de rua
Evento no Centro de Fortaleza ofereceu refeições coletivas, serviços de estética, atendimentos de saúde, acompanhamento psicológico e orientação jurídicaFortaleza recebeu, neste fim de semana, mutirão de serviços em alusão ao "Dia Mundial dos Pobres". O POVO esteve no local e acompanhou o evento.
A data foi instituída em 2016 pelo papa Francisco. O Dia Mundial dos Pobres acontece no 33º domingo do Tempo Comum — período do calendário litúrgico da Igreja Católica —, que corresponde, em 2023, a 19 de novembro.
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O evento deste sábado faz parte de uma programação organizada pela Comunidade Católica Shalom em alusão à data. Ontem, o mutirão ocorreu na Casa São Francisco, mantida pela organização, e na praça José Bonifácio, ao lado do local. Já neste domingo, ocorre na Praça do Quinto Batalhão, na Parangaba.
As atividades têm foco na população em situação de rua. Às 8 horas, um café da manhã coletivo deu início ao evento, e após a refeição houve uma cerimônia religiosa. Em seguida, foram feitos os cadastros para atendimento.
Foram realizados serviços estéticos, como manicure e corte de cabelo; atendimentos de saúde, incluindo consultas e procedimentos ambulatoriais; e auxílio para emissão de documentos. Também foram ofertadas ações realizadas cotidianamente pelo local, como orientação jurídica, acolhimento psicológico e disponibilização de chuveiros para banho.
Tiago Ferreira dos Santos, de 46 anos, foi um dos atendidos. Ele já recebe acompanhamento do local habitualmente, e hoje procurou os serviços de saúde e corte de cabelo.
Jeffrey Stanley, que é acolhido pela casa, lembrou a importância do evento para quem não tem acesso a serviços básicos. Ele, que tinha serviços agendados para essa manhã, pediu que outra pessoa fosse recebida em seu lugar. "Estou deixando o atendimento para o pessoal", disse ele, "já que tenho mais acesso, posso ser atendido na semana".
Stanley também ajudou, como voluntário, a organizar o mutirão. Ele lembra da importância de entender que as pessoas em situação de rua também devem ter a dignidade respeitada. As ações da casa, diz ele, ajudam os acolhidos a serem enxergados "não só como morador de rua, mas como um ser humano".
O missionário Thácio Romano pontua que o mutirão faz parte de uma série de ações mais amplas para auxílio às pessoas em situação de rua. Ele relembra as palavras do próprio papa sobre este assunto.
"Ele nos pede, nesse dia, três pilares: o socorro — quem tem fome tem que comer, quem precisa tomar um banho tem que tomar banho -; a celebração litúrgica, eucarística; e o banquete, um momento onde todos se sentem à mesa, em que todos estejam como irmãos".
Em relação ao crescimento da população em situação de rua, ele aponta que houve um aumento considerável durante a pandemia. "São mais de seis mil pessoas só em Fortaleza", diz ele. Segundo o missionário, é necessário haver uma ação coordenada do Estado e entidades não-governamentais para lidar com a questão.
"Eu faço parte do Conselho Estadual da População em Situação de Rua", afirma, "e a gente está ali tentando implementar políticas para essa população. Como diz o papa Francisco, não ficar só no assistencialismo".
Veja fotos do mutirão de serviços do Dia Mundial do Pobre
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